O cinema brasileiro é uma janela para a compreensão das complexidades sociais, culturais e políticas do nosso país. Neste 19 de junho, data em que celebramos o Dia do Cinema Brasileiro, que tal refletir um pouco sobre como as obras produzidas no Brasil podem contribuir para nossa visão de mundo?
Além de entreter, as produções do Brasil oferece um vasto repertório cultural, social e histórico que pode ser uma excelente fonte de referência para estudantes que se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A história do cinema brasileiro pode te ajudar e conheça alguns filmes que podem enriquecer seu repertório para a prova.
O MASSA! separou sete filmes que podem te dar base para fundamentar argumentos e analisar contextos. Veja quais são:
O Pagador de Promessas (1962) - Dirigido por Anselmo Duarte, é o único filme brasileiro a ganhar a Palma de Ouro em Cannes. A história gira em torno de Zé do Burro (Leonardo Villar), que faz uma promessa para salvar seu burro doente e enfrenta resistência da Igreja ao tentar cumpri-la. O filme é um retrato da fé popular e do sincretismo religioso no Brasil.
Central do Brasil (1998) - Dirigido por Walter Salles, este filme conta a história de Dora (Fernanda Montenegro), uma ex-professora que escreve cartas para analfabetos na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Ao ajudar um menino em busca de seu pai, Dora embarca em uma jornada pelo interior do Brasil, explorando temas como a desigualdade social e a importância da família.
Cidade de Deus (2002) - Dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund, é baseado no livro de Paulo Lins. O filme retrata a ascensão do crime organizado na favela Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, entre as décadas de 1960 e 1980. É uma obra fundamental para discutir violência urbana, exclusão social e o impacto das políticas públicas.
Olga (2004) - Sob a direção de Jayme Monjardim, a obra é baseada biografia de um dos grandes nomes da organização Internacional comunista que foi enviada ao Brasil para auxiliar o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Olga Benário era alemã de origem judaica e, após os eventos da Intentona Comunista, em 1935, foi presa e deportada de volta para a Alemanha. Chegando lá, foi executada em um campo de extermínio a mando da Gestapo. O episódio até hoje é relembrado como um dos momentos em que a política externa brasileira cooperou com o governo nazista.
Que Horas Ela Volta? (2015) - Dirigido por Anna Muylaert, o filme aborda a relação entre uma empregada doméstica, Val (Regina Casé), e seus patrões. Quando a filha de Val vem do interior para prestar vestibular em São Paulo, tensões de classe e poder vêm à tona. Ideal para refletir sobre as desigualdades sociais e as transformações nas relações de trabalho no Brasil contemporâneo.
Bacurau (2019) - Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles dirigem o filme, que é uma mistura de drama e ficção científica que retrata a resistência de uma pequena comunidade do sertão nordestino contra-ataques externos. O filme é uma alegoria sobre resistência, identidade e colonialismo.
Marighella (2019) - Com direção de Wagner Moura, a obra conta a história de Carlos Marighella, ex-deputado federal pela Bahia e cofundador da Ação Libertadora Nacional (ALN) durante a ditadura civil-militar. Morto em 1969 em uma emboscada do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), apesar de ser representado ora como vilão, ora como herói, Marighella é considerado uma das principais lideranças de resistência ao regime ditatorial no Brasil.
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