O Porteiro é uma produção que começou como peça em 2017 para homenagear nordestinos que lutam diariamente por uma vida digna. Nesta quinta-feira, a obra estreou nos cinemas de todo o país. Para promover o lançamento, o elenco do longa esteve em Salvador para evento de pré-estreia e conversou com o MASSA!. A celebração aconteceu no Shopping Barra e contou com a presença do ator Alexandre Lino, que dá vida ao protagonista do longa, e de Daniela Fontan, intérprete de Laurizete. A nova comédia nacional conta a história de Waldisney, um porteiro que se vê em uma enrascada após ser acusado de crimes que não cometeu.
Nascido em Gravatá, no agreste pernambucano, Alexandre conta ter um carinho especial pela Bahia. "Eu amo a Bahia. Sou louco por isso aqui. Eu não tinha como fazer pré-estreias pelo Nordeste e não estar em Salvador", ressaltou em entrevista ao jornal MASSA!. A cidade foi uma das sete capitais do país a receber o elenco, junto com São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza e Recife.
Apesar das diferenças entre essas linguagens entre teatro e cinema, Lino explica que o objetivo da produção continuou o mesmo. "O propósito é celebrar o povo nordestino, nossa alegria, nosso bom humor e o que há de melhor em nós", comentou. Na trama, seu personagem é um paraibano que viajou para o Rio de Janeiro em busca de uma vida melhor para as filhas.
Nascida no Pará mas criada no extremo sul da Bahia, Daniela estava emocionada em poder reencontrar os amigos e familiares. “Acho que a Bahia é meu lugar preferido no mundo”, afirmou. A atriz fez questão de destacar que o lançamento não é importante apenas para os nordestinos, mas para todos os porteiros do Brasil. “Dar protagonismo a esse personagem, que é nordestino e trabalha servindo, é mostrar como não se trata do jeito que se deveria um irmão de outro estado, um funcionario”, completou.
Com uma sessão lotada, a produção já chegou bombando na capital baiana. Após o fim da exibição, o público ovacionou o filme, com direito a uma longa salva de palmas. O enredo é divertido e apresenta situações inusitadas a cada instante. O modo como Waldisney é requisitado para cada mínimo problema enfrentado pelos moradores mostra a realidade dessa classe trabalhadora, que por muitas vezes acaba não recebendo o devido reconhecimento.
O Porteiro é uma divertida comédia pensada para a família toda. Com um elenco cheio de química e circunstâncias típicas do dia a dia de pessoas que convivem em um prédio, é uma bela homenagem para os nordestinos que batalharam por um futuro melhor.
Representação fiel
No Brasil, existem aos montes histórias de famílias nordestinas inteiras que viajam para outras regiões em busca de seus sonhos. Pensando nisso, o público nascido aqui vai conseguir se identificar ainda mais com os personagens. Isso não se restringe apenas ao local de nascença do personagem principal, mas também inclui os hábitos adotados por toda sua família. “Eu desejo que as pessoas se reconheçam, assim como os imigrantes do eixo Rio-São Paulo em que nós já passamos também se reconheceram”, apontou Alexandre.
Um dos problemas recorrentes quando se trata de representação do nordeste em obras nacionais são os estereótipos, ao ponto que muitos personagens ficam caricatos. Daniela garante que esse não foi o caso. “Meu amigo Alexandre Lino é nordestino, então ele não tirou nada que não tenha uma sinceridade dentro dele e nisso fazer uma caricatura”, acrescentou.
*Sob a supervisão do editor Jefferson Domingos
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