
O Brasil perdeu na madrugada desta sexta-feira (14) um dos maiores nomes do cinema nacional. O cineasta Cacá Diegues, aos 84 anos, faleceu no Rio de Janeiro, vítima de complicações cardiocirculatórias, conforme informado pela Clínica São Vicente.
O diretor, que se preparava para uma cirurgia, deixa um legado inestimável na história do cinema brasileiro.
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O velório de Cacá será realizado na manhã deste sábado (15), na Academia Brasileira de Letras (ABL), instituição da qual o cineasta era imortal. Em seguida, o corpo de Diegues será cremado no Caju, seguindo a vontade do cineasta.
Políticos e famosos lamentam passagem do cineasta
Recebi com muito pesar a notícia do falecimento de Cacá Diegues, que durante sua vida levou o Brasil e a cultura brasileira para as telas do cinema e conquistou a atenção de todo o mundo. Ganga Zumba, Xica da Silva, Bye, bye Brasil, e, mais, recentemente, “Deus é Brasileiro”…
— Lula (@LulaOficial) February 14, 2025
Descanse em paz, grande amigo imortal Cacá Diegues pic.twitter.com/yHzKmetBRp
— Gilberto Gil (@gilbertogil) February 14, 2025
Perdemos hoje uma das figuras mais incríveis da cultura brasileira, um ser humano incomparável e iluminado. Cacá Diegues foi um dos fundadores do Cinema Novo, cineasta sensível, carioca apaixonado pelo Rio (desde os 6 anos de idade morando aqui) e meu amigo. Tive a honra de… pic.twitter.com/JxAS7B4Lsl
— Eduardo Paes (@eduardopaes) February 14, 2025
Vida e obra
Cacá Diegues foi um dos fundadores do Cinema Novo, movimento que revolucionou o cinema brasileiro nos anos 1960, ao lado de Glauber Rocha, Leon Hirszman, Paulo Cesar Saraceni, Joaquim Pedro de Andrade e outros grandes nomes do cinema nacional. Seu trabalho, sempre marcado pela sensibilidade social e política, fez dele uma referência internacional.
Ao longo de sua carreira, Cacá Diegues dirigiu mais de 20 longas-metragens, muitos dos quais se tornaram clássicos da cinematografia brasileira. Entre suas obras mais premiadas estão “Xica da Silva” (1976), que trouxe à tona a história da escravidão no Brasil, e “Bye bye Brasil” (1980), que abordou as transformações sociais e culturais do país na época. Outros filmes de destaque incluem “Veja esta canção” (1994), “Tieta do Agreste” (1995), e “Deus é brasileiro” (2003).
O cineasta também deixou uma marca forte no imaginário popular com outros grandes filmes como “Ganga Zumba” (1964), “Os herdeiros” (1969), “Joanna Francesa” (1973), e “Chuvas de verão” (1978). Sua obra “Quilombo” (1984), que retratou a luta dos negros na formação das comunidades quilombolas, é considerada um marco do cinema brasileiro. Mais recentemente, em 2018, Cacá dirigiu “O grande circo místico”, uma adaptação da obra do poeta Jorge de Lima.