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DNA BAIANO - 03/11/2022, 07:00 - Kenna Martins - Atualizado em 03/11/2022, 09:47

Fabrício Boliveira 'tempera' Mugunzá com DNA baiano

Defendendo a lei de incentivo para artistas negros, ator estrela novo filme

Fabrício está em Muritiba finalizando novo projeto
Fabrício está em Muritiba finalizando novo projeto |  Foto: Divulgação

O ator baiano Fabrício Boliveira, 40 anos, é um dos grandes nomes do cinema nacional, sendo premiado ao protagonizar clássicos como Faroeste Caboclo (2013) e Simonal (2018). Apesar de todo sucesso, ele decidiu voltar às raízes de sua terra natal. Em 2018, após a novela Segundo Sol, da TV Globo, o artista retornou para Salvador e, desde então, não para de rodar filmes em cidades do estado O próximo lançamento com esse “DNA baiano” é o musical "Mugunzá", que chega aos cinemas na próxima segunda-feira (7). Fabrício interpreta cinco personagens na trama, que é baseada na política de Cachoeira e levanta questões sobre as leis de incentivo.

Fabrício está em Muritiba finalizando novo projeto
Fabrício está em Muritiba finalizando novo projeto | Foto: Divulgação

Em papo exclusivo com o MASSA!, por meio de chamada de vídeo, Fabrício foi indagado logo de cara sobre a expectativa para o lançamento de Mugunzá, mas ele deixou claro que não permanece parado e também estava focado em um outro projeto. “Estou em Muritiba, [município] no Recôncavo Baiano. Estou aqui finalizando um longa que se chama Antígona, não nasci pro ódio, nasci pro amor. Trata-se de uma dobradinha com a Rosza Filmes, produtora do Recôncavo”, explicou.

No caso de Mugunzá, Fabrício conta que a história foi escrita por Ary Rosa para a atriz Arlete Dias, ícone do Bando de Teatro Olodum, que também estrela o filme. O ator se orgulha do fato da equipe do projeto ser majoritariamente negra, indígena e LGBTQIAP+. Ele ressalta que isso é reflexo das ações de incentivo nos anos de gestão do PT, algo que não acontece com o atual Governo Federal, que oferece informações deturpadas sobre a arte, segundo Fabrício.

"Isso é reflexo dos anos de governo do PT no país. E isso fez com que as pessoas tivessem acesso à maquinaria de feitura desses filmes, e também tivessem acesso à educação, não só da forma de se desenvolverem dentro da universidade, mas também desses novos encontros que acontecem quando a gente tem essas possibilidades de feitura, por meio de editais e de lei de incentivo. Isso é o resultado dessa força política que foi conquistada pela gente nesses anos de governo", avalia.

Em paralelo, será lançado no Spotify o álbum “Mugunzá”, com a trilha sonora com os atores Fabrício Boliveira e Arlete Dias. O álbum conta com 13 faixas inéditas feitas exclusivamente para o filme. Além das vozes de Fabrício e Arlete, o lançamento inclui cantores da nova geração do Recôncavo, entre eles: Sued Nunes, Rafique Nasser, Riane Mascarenhas e Moreira.

Missão de impulsionar talentos negro

Fabrício Boliveira destaca que não é fácil ser um ator negro no Brasil. Até chegar ao sucesso, ele passou por muitas dificuldades. Por isso, o artista acredita que tem a missão de puxar seus pares para o mesmo patamar. Pensando nisso, está sempre envolvido em projetos que contribuam para abrir o mercado e as oportunidades para artistas negros. Em fevereiro deste ano, ele lançou no Rio de Janeiro o Elenco Negro (@elenconegro no Instagram), um banco de talentos para impulsionar artistas pretos no setor audiovisual. Mas Fabrício revelou ao MASSA! que o projeto, idealizado por ele em parceria com o produtor Gabriel Bortolini, deve chegar na Bahia em breve. “A criação desse projeto é motivada pela inquietação de algumas falas como ‘não tem ator preto bom nesse perfil’, ‘essa cena deveria ter mais pretos, mas não tem, esses foram todos os que achamos’. Nosso objetivo é acabar com essa falácia e entender como melhor dar suporte e fortalecer o setor”, explicou. O ator também criou o curso Cinema do Futuro, para a iniciação profissional dos jovens.

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