O rapper Emicida fez um desabafo em seu perfil oficial do Instagram após a mãe de um aluno vandalizar o seu livro 'Amoras', que é direcionado ao público infantil. As páginas foram preenchidas com salmos bíblicos, enquanto informações sobre Orixás são marcadas como "falsas". O caso foi classificado como racismo religioso por Dandara Amazzi Lucas Pinho, advogada criminalista e Conselheira Departamental da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na Bahia, à TV Bahia.
Em vídeo publicado na noite desta terça-feira (7), Emicida enalteceu a repercussão do livro no país e admitiu sentir uma tristeza após ser informado sobre o caso.
"Não é a primeira vez que isso acontece, de verdade. Eu confesso pra vocês que a minha reação com relação a isso já foram várias. No começo, um pouco mais imaturo, fiquei com raiva, levei pro pessoal, mas era maior do que uma questão pessoal. Então, depois, eu fiquei triste, porque é de entristecer ver radicais que se propõe a proibir e vandalizar livros infantis. Livros. Sobretudo um tão inofensivo como esse, Amoras. Quer dizer, é inofensivo para os não-racistas", afirmou.
Ainda conforme o artista, a tristeza se dá por causa da intolerância de algumas pessoas com religiões de matriz africana.
"A tristeza que eu sinto é por essas pessoas que querem que a sua religião, no caso a cristã, protestante, conhecidos como evangélicos, seja respeitada, e deve ser respeitada. Mas não se predispõe, nem por um segundo, a respeitar outras formas de viver, de existir e de manifestar sua fé", completou Emicida.