Se simpatia fosse uma pessoa, com certeza seria o baiano Hyran de Oliveira Xavier, mais conhecido como Do Axé. Morador de Barra do Gil, na ilha de Vera Cruz, o coroa, de 63 anos, é pura quebradeira na comunidade onde vive.
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Mesmo sem nunca ter pisado em uma escola de dança, Hyran dá aula de ritmo e carisma pra muita gente. Ele, que era um operador de empilhadeira e mecânico de equipamentos de academia, deixou o ritmo tomar conta do corpo, e agora ninguém segura mais o homem.
A paixão pela dança começou há 26 anos, por acaso. “Eu estava consertando alguns aparelhos na academia, todo sujo de graxa, quando o professor me chamou pra dançar. Fui assim mesmo. Aí ele olhou pra mim e disse: ‘Você tem talento pra isso’. Desde então, nunca mais parei”, contou o dançarino ao MASSA!.
Hoje, o que era apenas uma brincadeira virou profissão e sucesso. O baiano, que começou a postar vídeos há cerca de cinco meses, por um pedido especial das suas “paquitas”, ou melhor, suas alunas, já acumula milhões de visualizações e 250 mil seguidores nas redes sociais.
Mas como nem tudo são flores, Hyran não conheceu os pais e teve uma infância difícil, a ponto de ele não ter nem mesmo informações sobre seu nascimento. Mesmo assim, ele escolheu transformar a dor em alegria. “Minha riqueza é minha mulher e minha filha”, afirmou.
E, falando na esposa, foi por amor que o dançarino recusou um convite que poderia ter mudado sua vida. Em 2019, o coroa quebradeira foi chamado para fazer parte da banda Harmonia do Samba, grupo que ele considera sua grande inspiração. No entanto, o ciúme da companheira fez com que ele não agarrasse a oportunidade.
“Eu era quebradeira na época e começou aquele lenga-lenga dentro de casa. A galera ficou ‘vai, Hyran! Vai, Hyran’, mas eu fiquei com medo de perder ela e acabei não indo”. O tempo passou, o jogo virou e hoje é ele quem sustenta a casa com o que ganha dançando. “Hoje ela se arrepende, né. Agora ela vive da minha dança”, disse ele, aos risos.
Entre as muitas histórias marcantes, o mecânico também viveu seu momento de “famoso”. Durante a entrevista, ele relembrou o dia em que foi convidado para uma campanha em um hospital de Salvador. “Me senti o cara naquela noite. Tinha famoso, garçom e até o dono da casa de show veio falar comigo. Foi inesquecível”.
Com muito gingado, Hyran deixou claro que é apaixonado pela dança e pretende fazer isso até os últimos dias de sua vida.
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