Sonho de consumo das meninas por décadas, a Barbie se tornou um grande ícone da cultura pop. Além de brinquedo, a personagem já teve animações, jogos e tudo que você pode imaginar e, claro, sempre acompanhada de muito rosa. Depois de ser veterinária, bailarina e até sereia, a boneca mais famosa da história começa sua carreira no cinema nesta quinta-feira (20), com a estreia de Barbie nas telonas,
A produção chegou prometendo dividir a opinião do público. Isso porque um dos principais pontos do roteiro é justamente debater sobre o patriarcado e o problema do machismo ainda presente na sociedade. O enredo acompanha Barbie (Margot Robbie), que após chegar ao mundo real, dá de cara com uma realidade que não é nada amigável para as mulheres. O filme dá bastante enfoque para a causa feminista e pode não agradar todo mundo. Alguns podem chamar de “lacração”, porém, se você estiver de mente aberta, vai conseguir aproveitar o que a película tem a oferecer.
Deste modo, uma coisa que vale ressaltar desde o início é que esse não é um filme para crianças. Essa nova produção tem como público-alvo, principalmente, as mulheres que curtiram sua infância ao lado da boneca e agora precisam enfrentar as dificuldades da vida adulta. Porém, até quem não conviveu com a personagem pode aproveitar, uma vez que o longa é recheado de um humor que funciona muito bem.
A direção é o ponto mais alto do longa. A estética da produção lembra a do filme O Mágico de Oz. Os figurinos e cenários merecem seu crédito por conseguirem recriar de forma fiel uma verdadeira casa de bonecas. A direção também acerta na metalinguagem e no uso da quebra de quarta parede. Por fim, outro aspecto bem utilizado é a trilha sonora, que casa perfeitamente com os momentos vividos pela protagonista.
Polêmica, humor e elenco de peso
Apesar do forte teor político, a produção não se resume apenas nisso. Barbie (2023) é uma linda homenagem para a história da boneca. O roteiro faz diversas referências a várias linhas diferentes da personagem, desde as mais polêmicas até as mais esquecidas. Além disso, a produção também apresenta um elenco de peso, contendo nomes como Ryan Gosling (como Ken), Simu Liu e Dua Lipa. A dinâmica entre os habitantes da Barbielândia realmente lembra a de uma criança brincando com bonecos e, mesmo com muitos personagens, o filme dá um bom tempo de tela para cada um.
Em resumo, Barbie (2023) não é o tipo de filme que agrada a todos. A produção pesa nas críticas sociais e deixa nítido o que defende. Apesar do tom pesado dos temas debatidos, a produção não deixa o bom humor ir embora e sempre entrega diálogos que vão te tirar boas risadas. Com certeza não é um filme para a garotada, mas para os adultos que um dia já foram crianças e perceberam que o mundo não é tão cor de rosa quanto imaginavam antigamente.
*Sob supervisão do editor Jefferson Domingos