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Especial - 20/11/2023, 11:43 - Artur Soares*

Consciência Negra: com empoderamento, Udi lança novo som que arrebenta

Cantora aborda o poder feminino negro em suas canções

Cantora Udi Santos lança álbum especial para celebrar os 50 anos do Hip Hop
Cantora Udi Santos lança álbum especial para celebrar os 50 anos do Hip Hop |  Foto: Raphael Muller / Ag. A TARDE

A cultura do Hip Hop está celebrando seus 50 anos de criação, e a baiana Udi Santos preparou um lançamento especial para essa marca tão importante. Em seu último lançamento, a cantora aborda a representatividade e pauta das mulheres negras. Além do álbum, a artista também publicou um curta-metragem chamado Aturar, que homenageia o poder feminino e está disponível no YouTube.

"Minhas músicas são sobre empoderamento, sobre o que podemos conquistar, sobre o que a gente quer e o que vamos conseguir", afirmou a cantora em entrevista ao MASSA!.

Incentivando o empoderamento por meio da arte, suas produções buscam exaltar o poder das mulheres negras. "Este último álbum é mais uma arma de ataque contra o racismo, contra o genocídio da população preta", completou.

Nascida no Subúrbio Ferroviário de Salvador, ela teve seu primeiro contato com o Hip Hop por meio do breakdance. “Eu passei pela Praça de Paripe, na adolescência, e vi uma roda de break. Aquilo me encantou e não saiu da minha mente”, relembrou.

Desde então, esse estilo de vida mudou completamente a trajetória de Udi. “A cultura Hip Hop me proporcionou muito mais que qualquer outra área na vida”, assumiu.

O lançamento do curta junto com o álbum mostra um novo patamar na carreira da artista. "O que eu procuro fazer em minhas músicas é que elas de alguma forma impactem a pessoa e ela se lembre disso daqui a 9, 10 anos", explicou. Com formação em técnica de audiovisual, o trabalho da baiana não se resume apenas ao mundo musical. “A gente já foi selecionado em várias mostras de cinema”, pontuou.

Além disso, outra área dominada por Udi é a do empreendedorismo. Ela é a dona da Eumelanina, uma produtora que ajuda outras artistas negras de origem humilde.

“Percebi que outras mulheres tinham muita dificuldade de colocar seu trampo na rua”, comentou. Um dos seus projetos é o Melanina Canta, que dá todo o suporte para que essas mulheres despertem seus talentos. “A gente garante que essa mulher, além do conhecimento técnico, também consiga ter uma produção e colocá-la na rua”.

Cantora Udi Santos
Cantora Udi Santos | Foto: Raphael Muller / Ag. A TARDE

Uma mamãe empoderada

Além de uma artista multifacetada e empresária, Udi Santos também desempenha o papel de mãe. A artista se vira nos trinta para conseguir lidar com todas as obrigações, mas afirma receber ajuda de todo mundo. “É complicado, mas eu tenho uma rede de apoio muito forte”, pontuou.

Ela também destaca como a filha é fonte de inspiração para seu trabalho artístico. “Eu percebo o quanto isso impacta ela e aí me dá vontade de fazer mais”, explicou.

Em meio a uma sociedade em que o machismo ainda é predominante e em que mulheres são julgadas caso não queiram exercer a maternidade, Udi mostra que mantém seu empoderamento mesmo sendo mãe. O resultado de seu esforço é uma mensagem clara para sua filha: “Ela pode ser o que ela quiser”.

Colou no Afropunk

No último fim de semana, rolou a segunda edição do Afropunk em Salvador. Por meio da música e da moda, o evento serve como uma reunião e homenagem à estética negra. Uma oportunidade como essas não poderia passar despercebida por Udi, que foi uma das atrações do ano passado. “Nesse eu fui como convidada, dar um rolê lá”, comentou.

A artista também ressaltou a importância que esse tipo de festival tem para a valorização da beleza e cultura negra. “É incrível, é necessário. A gente precisa estar e se ver nesses espaços. É a gente que está no palco, é a gente que está no público”, elogiou.

Apesar das qualidades do Afropunk, a cantora também discutiu sobre o baixo número de eventos desse tipo na capital baiana e como o público deve procurar mudar esse quadro. “Quando a gente começar a acessar esses lugares e levar nossa concepção de outra forma, mexendo nessa estrutura por dentro, a gente vai conseguir criar outras perspectivas”, garantiu.

*Sob a supervisão do editor Jefferson Domingos

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