Quem nunca desejou quando criança visitar a Fantástica Fábrica de Chocolates do excêntrico Willy Wonka, pode-se considerar uma pessoa sem infância. Baseado em um livro, esse clássico se tornou uma das produções mais icônicas do cinema, ganhando uma reformulação em 2005. Quase 20 anos depois do último longa, a história ganha mais uma versão nesta quinta-feira (7), com o lançamento de Wonka nas telonas.
Diferentemente das outras duas tentativas, essa nova obra foca mais no passado do excêntrico inventor, que agora também é retratado como um mago. Vivido por Timothée Chalamet, o personagem consegue esbanjar tanto carisma quanto a versão de Johnny Depp. Porém, diferente deste último, Timothée tem o trunfo de ser o protagonista, sendo o eixo central de todo o enredo.
Para início de conversa, o filme é musical. Isso pode acender uma luz vermelha em quem não é muito chegado ao gênero, mas posso te garantir que isso não diminui em nada a qualidade da obra. Pelo contrário, o fato de ser um musical contribui na estética fenomenal construída pelo diretor Paul King. As sequências musicais são emocionantes e muito bem coreografadas, dignas de serem vistas mais de uma vez.
Além de tempo de tela, Chamalet também deve ser reconhecido por sua excelente atuação corporal. Alguém que consegue demonstrar a personalidade de um personagem apenas com os movimentos do corpo realmente sabe o que está fazendo. Por conta disso, ele também se destaca nas coreografias. O elenco também não fica atrás em nada. Todos os personagens são extremamente carismáticos e tem uma química fenomenal entre si.
A produção abraça completamente os aspectos de uma história infantil. Wonka bebe muito de obras como O Mágico de Oz, tanto na edição, quanto nos personagens. Esse clima pode ser tratado como bobo demais por alguns, mas é preciso deixar sua criança interior falar mais alto e abraçar os absurdos desse mundo mágico encantador.
Wonka é a escolha perfeita para se assistir no Natal ao lado da família e das pessoas que ama. Com um clima leve, o longa é uma linda história sobre um homem buscando seu sonho. Todas as coisas boas do mundo começaram com um sonho e tenho certeza que esse é o caso deste filme — que fica ainda melhor quando se assiste comendo uma barra de chocolate.
Mas cadê o Johnny Depp?
Logo quando foi anunciado, uma parte do público questionou a troca do ator principal. Depois de ser interpretado por Gene Wilder em 1971, Willy Wonka foi vivido magistralmente por Johnny Depp em 2005. O personagem foi completamente repaginado pelo diretor Tim Burton e caiu nas graças de muitos.
Os fãs ferrenhos de Depp não viram com bons olhos a entrada de Timothée. Acontece que, por ser uma história de origem, não faria sentido ser o Capitão Jack Sparrow atuando mais uma vez, dado que o ator já está velho demais para um jovem Wonka. Além disso, essa nova versão está muito mais puxada para a de 71.
O traje, a cartola e a inconfundível bengala lembram muito as usadas por Gene no primeiro filme. Além disso, a história de Willy foi mostrada no longa de 2005 e não condizia nada com essa versão atual, que mostra um personagem que tem uma emocionante relação com sua mãe.
*Sob a supervisão do editor Jefferson Domingos
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