Se tornou recorrente filmes de terror usarem figuras de brinquedos amaldiçoados como parte central de uma trama. Chucky, Annabelle e Boneco do Mal são apenas algumas das sagas que usaram esse conceito. Outra ideia bem famosa é a de ursinhos de pelúcia vivos, como em Ted. Junte essas duas coisas e surge Imaginário - Brinquedo Diabólico, longa que chegou aos cinemas nesta quinta-feira (14).
O trama acompanha Jessica, uma mulher que se vê obrigada a voltar a casa de sua infância na companhia de sua nova família. Quando uma de suas afilhadas encontra um ursinho de pelúcia no porão, algumas coisas bizarras começam a acontecer. O longa possui todos os clichês que você pode esperar de um filme de terror, então mantenha as expectativas bem baixas e você conseguirá se divertir.
O grande foco no enredo é a temática de amigos imaginários. De acordo com o filme, em algumas culturas, essas criações das crianças são consideradas espíritos sobrenaturais. Usando dessa premissa interessante, a obra passeia por temas como o impacto causado pela ausência de uma estrutura familiar concreta e a necessidade de se estar presente durante o desenvolvimento infantil de seus filhos.
Um dos maiores problemas dessa produção diz respeito ao ritmo. O “Chucky da Shopee” demora um bom tempo para começar a tocar o terror da galera. Como se isso não bastasse, o número de vítimas feitas pelo urso é bem pequena. Mostra que o espírito, além de preguiçoso, também é muito incompetente em sua missão. Isso é um reflexo direto do público que a produção tenta alcançar.
O filme tenta embarcar na onda dos “terror light”, ou seja, filmes que tentam apresentar o terror para uma galera jovem. Para isso, essas produções costumam diminuir bastante o sangue e as cenas de violência. Um grande exemplo de filme nessa mesma vibe foi o recente Five Nights at Freddy's - O Pesadelo Sem Fim. Sucesso de bilheteria, FNAF consegue ter um grande apelo para os pequenos.
Imaginário - Brinquedo Diabólico não é o terror mais original do mundo, mas dá pra tomar uns sustinhos. Apesar de apostar em tudo que outras produções já fizeram, o longa consegue desenvolver uma premissa interessante. É um bom caminho para quem quer começar a consumir terror, mas tem medo de assistir filmes mais pesados.
Anthony Hopkins arrasando no drama
Para quem não curte um terrorzinho, a outra opção no cinema é o longa Uma Vida - A História de Nicholas Winton. Protagonizado pelo lendário Anthony Hopkins, o longa conta a trama do Nicholas Winton, um contador britânico que resgatou diversas crianças judias durante o período da Alemanha Nazista.
Carregado de emoção, o drama de guerra toca em assuntos delicados e, como era de se esperar, a atuação de Hopkins está espetacular. Depois de Oppenheimer ganhar diversas estatuetas durante a cerimônia do Oscar, parece que histórias retratando os horrores da guerra estão na moda de novo.
As cinebiografias também estão ganhando cada vez mais holofotes e parecem estar longe de perder o hype. A trajetória de Winton é emocionante e inspiradora, lembrando bastante O Pianista, outro grande clássico que retrata a história de um homem salvando judeus durante a guerra.
*Sob a supervisão do editor Jefferson Domingos