Qualquer pessoa que acompanhou a era de ouro dos Trapalhões conhece o nome Mussum. O programa de humor foi uma febre nacional e, dentre seus membros, se destacava o personagem de Antônio Carlos Bernardes Gomes. Com um jeito diferente de falar e bordões “inesquecívis”, o personagem ficou eternizado na TV brasileira. Nesta quinta-feira (2), a trajetória do comediante é contada nas telonas com o lançamento de Mussum, o Filmis nos cinemas.
Com Aílton Graça no papel do humorista, o longa acompanha Antônio Carlos até o estrelato, retratando desde a infância até a vida adulta. A narrativa faz questão de apresentar logo de cara a principal paixão do protagonista: o samba. Apesar de Mussum ser mais conhecido por seu papel na comédia, um ponto que não é lembrado por todo mundo é seu lado musical.
O gosto por essa área começou logo na infância, quando a futura estrela acompanhava de pertinho as rodas de samba. Na juventude, se juntou com outros amigos e formou Os Originais do Samba. Um ponto forte do filme é mostrar como a paixão pela música não foi deixada de lado por Mussum mesmo depois de alcançar a fama como trapalhão. Os amantes de Carnaval podem ficar tranquilos, porque a relação do artista com a Mangueira também é muito bem explorada.
O elenco inteiro merece elogios por sua fidelidade e atuação, mas a experiência não seria tão boa sem o papel espetacular de Aílton Graça. O ator não apenas se parece com Mussum, mas também incorpora todas as características do humorista. A produção vale muito a pena e vai tocar principalmente a velha guarda.
Homenagem emocionante
A direção conduz o enredo de forma criativa, principalmente no início, em que alterna entre cenas no futuro e no passado. Assim como em toda cinebiografia, é muito legal ver os bastidores e o esforço que o artista teve para chegar ao topo. Isso ganha ainda mais profundidade por Mussum ser negro e de origem pobre, o que fez com que ele tivesse que sempre se esforçar o dobro do que as outras pessoas.
Esse contexto histórico e social também é responsável por dar uma camada a mais de drama na obra. E por falar nisso, pode ir preparando os lenços, porque algumas cenas vão fazer seus olhos pesarem com as lágrimas. Em contrapartida, seria impossível contar essa história sem momentos bem humorados. Então pode relaxar, porque se você não chorar de tristeza, vai acabar chorando de rir.
Mussum, o Filmis brilha com um elenco extremamente parecido com os personagens reais, um drama comovente e uma figura que habita o coração de muitos brasileiros até hoje. A obra se resume em uma homenagem mais que emocionante para uma lenda da comédia e da música.
Uma nostalgia que bate diferente
A nostalgia é um mercado que está cada vez mais em alta. As produtoras estão apostando com tudo em produções antigas que conquistaram o público em outros tempos. Os Trapalhões foi um programa que fez a infância de outra geração e, por conta disso, é capaz que o filme não tenha tanto significado para a galera mais nova.
Porém, para quem teve o prazer de pelo menos assistir às reprises, vai ser como um retorno para a época de criança. Embora seja por outro ponto de vista, ainda é mágico poder ver de novo uma coisa que foi importante para você no passado.
*Sob a supervisão do editor Jefferson Domingos
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