Rocky é sem dúvidas uma das franquias mais icônicas dos anos 80. A franquia estrelada por Sylvester Stallone marcou toda uma geração que se tornou fã de boxe. Trinta anos depois a saga ressurgiu com um spin-off focado no filho de Apolo Creed e desde então vem acumulando ainda mais fãs. Nesta quinta-feira, 2, essa saga ganha seu mais novo capítulo, Creed III, que chega nas salas de cinemas cheio de lutas e, principalmente, drama.
Protagonizado pelo astro Michael B. Jordan, ator que ganhou bastante reconhecimento após seu papel em Pantera Negra, o filme começa nos contando mais sobre o passado de Adonis. Até então, as poucas informações que tínhamos sobre a infância do protagonista foram mostradas na primeira película. Porém, neste terceiro longa, somos apresentados a mais detalhes do passado do personagem, e um desses elementos é Damian.
Damian Anderson é interpretado por Jonathan Majors, outro ator que ficou em alta recentemente, e no filme é um amigo de infância de Adonis. Após ficar preso por 18 anos, ele retorna com apenas um objetivo: ser o campeão dos pesos-pesados. Damian é um bom antagonista, ele desperta desconfiança no público sempre que aparece, além de transmitir a impressão que fará qualquer coisa para conseguir o que quer, méritos da atuação de Majors.
Creed III não foca tanto na ação, mas sim no drama envolvendo os personagens da trama. Nele é desenvolvido outros lados do personagem de Creed: o de pai, marido, empreendedor, conselheiro e de amigo. Outra mudança em relação aos filmes anteriores é nas lutas. Diferente dos antecessores, que contavam com sequências de ação mais realistas usando um pouco de slow motion (câmera lenta), neste a direção optou por uma abordagem mais cinematográfica. Um dos elementos usados é o de mostrar o que o lutador está vendo, buscando os pontos fracos do inimigo antes de efetuar o golpe. O uso dessa perspectiva é exagerada no confronto final, no qual até o cenário se modifica para transmitir o que os personagens estão sentindo.
Creed é a prova de que uma franquia pode se reinventar para os novos públicos sem perder sua essência. O terceiro filme consegue cativar os fãs da saga, os fãs de boxe e os fãs de um bom drama. Contando com atuações peso-pesado, uma ótima direção e uma história comovente, o longa é uma boa pedida para se assistir em família.
Nova protagonista vindo aí?
Como já citado, um dos focos do filme é mostrar o lado pai de Adonis. Aparecendo apenas como um bebê no segundo filme, agora sua filha já está crescida e pode estar mostrando um deslumbre dos ramos que a franquia pode tomar. Uma das características de Amara Creed (Mila Davis Kent) é justamente sua admiração por boxe e facilidade em se envolver em brigas, coisas que herdou de seu pai. Pelo longa dar certa ênfase na vontade da garota em começar a treinar, é justo acreditar que ela possa futuramente exercer um papel mais central na trama. Outro ponto a se ressaltar é o fato da personagem ser surda, como foi mostrado no filme antecessor. Essa seria uma oportunidade de trazer tanto a representatividade feminina quanto a de pessoas surdas em um futuro filme protagonizado pela menina. Nos resta esperar para saber o que o futuro reserva para essa saga que ainda tem muito a mostrar.
*Sob a supervisão do editor Jefferson Domingos.
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