Quatro irmãos tartarugas que, após sofrerem uma mutação, acabam se transformando em ninjas. O conceito pode parecer estranho, mas as Tartarugas Ninja conquistaram o coração do público. Desde 1984, ano em que estrearam ainda nas HQ’s, os irmãos vem ganhando diversas adaptações no cinema. Nesta quinta-feira (31), eles retornam às telonas com a estreia de Tartarugas Ninja: Caos Mutante.
Além de recontar a história que já sabemos, dessa vez a trama resolveu dar mais atenção para os outros personagens da franquia. O antagonista é o Super Mosca, um mutante que desenvolveu um profundo ódio pela raça humana. Embora não seja o clássico Destruidor, o vilão sai bem e consegue ter um grande carisma. Sob liderança do moscão, temos um grupo inteiro formado por mutantes, todos com personalidades únicas e visuais cativantes.
Falando em visuais, depois da desastrosa duologia dos filmes live-action, que recebeu comentários negativos tanto da crítica quanto do público, a nova produção resolveu apostar em uma animação. Essa foi a melhor decisão possível. O visual mistura o 3D com o 2D, um estilo artístico similar ao usado em Homem:Aranha no Aranhaverso e Gato de Botas 2: O Último Pedido.
Além de tornar as cenas mais bonitas, optar por um desenho animado fez com que a obra tivesse mais liberdade criativa. Isso pode ser visto principalmente nas cenas de ação, que estão mais fluidas do que nunca. Pelo enredo dar ênfase nos ninjas ainda estarem em início de carreira, é muito satisfatório assistir eles criando cada vez mais sinergia entre si.
Por fim, um ponto que pode dividir o público é a nova abordagem. Os quatro irmãos agora são adolescentes de 2023. Isso é refletido em suas personalidades e nos diálogos. A cada cena, algum deles solta uma referência a cultura pop atual ou usa alguma gíria da internet. Isso pode agradar, pela representatividade ao público atual, mas aos mais velhos pode gerar uma certa estranheza.
Tartarugas Ninja: Caos Mutante é uma promissora reintrodução das tartarugas ao cinema. A obra é voltada ao humor e apresenta diversas referências a outras produções, algo que pode incomodar. De todo modo, com um visual muito bonito e boas cenas de ação, a produção consegue empolgar os telespectadores a esperar por uma sequência.
Estreia GG na dublagem
Uma enorme surpresa para os baianos é a presença do cantor Léo Santana no elenco de dublagem. Na primeira dublagem, o gigante empresta a voz para o personagem Genghis Rã. O personagem é um dos mutantes aliados ao Super Mosca.
A prática de colocar famosos na dublagem não costuma ser vista com bons olhos, por conta do resultado final geralmente ser questionável. Em contrapartida, existem alguns casos em que o artista surpreende, como o ator Lúcio Mauro Filho em Kung Fu Panda.
O cantor não se encaixa em nenhum dos dois casos, porque tem pouquíssima participação durante toda a obra. Na verdade, caso alguém não te conte que é ele por trás da rã, você provavelmente nem reconheceria. O que nos resta é esperar que em uma possível sequência o GG ganhe um pouco mais de destaque e assim possamos avaliar melhor se sua voz também tem potência em outra área além da música.
*Sob a supervisão do editor Jefferson Domingos