Existem diferentes filmes que ajudaram a construir a noção de ficção científica no imaginário popular. Em 1979, o diretor Ridley Scott lançou um filme que seria responsável por estabelecer os principais elementos de um terror espacial. Alien: O Oitavo Passageiro foi um marco na indústria, apresentando uma estética única e uma atmosfera de suspense que se sustenta até o fim da trama.
A obra se tornou um ícone na cultura pop, com a imagem do Xenomorfo se tornando um padrão do que se espera de um alienígena em um filme de terror.
O sucesso rendeu diversas continuações, umas aclamadas e outras odiadas. Nesta quinta-feira (15), o universo de Ridley ganha mais um capítulo com o lançamento de Alien: Romulus. Diferente dos últimos dois longas da saga, o novo filme não se passa antes de O Oitavo Passageiro.
Quem assina a direção do longa é Fede Alvarez, diretor que foi elogiado por seu remake de A Morte do Demônio em 2013.
Alvarez mostra mais uma vez sua competência em coordenar uma produção voltada para o terror. O diretor consegue usar muito bem o ambiente onde a história se desenvolve para construir uma atmosfera de risco iminente, além de trabalhar com maestria a tensão de estar numa nave habitada por um ser alienígena.
Outro aspecto que deve ser elogiado é a estética. Um dos pontos que fez Alien ser tão marcante em 1979 foi seu visual único. Ridley Scott desenvolveu uma identidade visual que definiu o gênero da ficção científica.
No novo filme, cada detalhe da Estação Romulus parece ter sido pensado com muito carinho. A obra entrega um design de produção maravilhoso e uma fotografia de tirar o fôlego.
O roteiro consegue apresentar uma trama amarradinha, que não se limita em responder grandes questões relacionadas à franquia. Apesar disso, as conexões com os títulos anteriores são bem claras, com várias referências para os fãs. Um dos poucos deslizes da produção é no seu final, que apresenta uma nova ameaça de forma repentina e um pouco apressada.
Alien: Romulus revitaliza a saga e mostra que esse universo ainda tem muito o que mostrar. Fede Alvarez estabelece uma atmosfera de terror e desenvolve muito bem o suspense até o fim. O filme também faz jus ao visual deslumbrante do primeiro longa, mas ainda com sua assinatura própria.
*Sob a supervisão do editor Jefferson Domingos