A Infraero se manifestou sobre a denúncia de racismo feita pela cantora Luciane Dom na tarde de quinta-feira (14), por meio das redes sociais. A artista afirmou que sofreu preconceito durante uma revista no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, ao ter o seu cabelo black revistado pelos agentes.
"Acabaram de revistar o meu cabelo no Aeroporto Santos Dumont!", escreveu Luciane Dom como legenda de uma selfie dentro do avião. A publicação, que foi compartilhada no X (antigo Twitter), rapidamente viralizou na web, levantando uma grande discussão sobre as revistas nos aeroportos.
Infraero nega revista no cabelo
Algumas horas após a denúncia feita por Luciane Dom, a Infraero emitiu um comunicado no qual afirmou que, após analisar as imagens da revista da cantora, constatou-se que o cabelo da artista não foi revistado.
"A cantora Luciane Dom foi selecionada aleatoriamente para uma inspeção manual. Após uma averiguação interna, constatou-se, por meio de imagens de câmeras de segurança, que não houve uma inspeção nos cabelos. De acordo com a Instrução Suplementar IS 107.001-j, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as gravações feitas por essas câmeras de segurança devem ser compartilhadas com a Polícia Federal, mediante solicitação de representantes do órgão", inicia a nota da Infraero.
A estatal também enfatiza que "a inspeção de segurança aleatória é independente de origem, raça, sexo, idade, profissão, cargo, orientação sexual, orientação religiosa ou qualquer outra característica do passageiro. A Infraero reitera que repudia quaisquer formas de discriminação, destacando que comportamentos como injúria racial e racismo não são tolerados nos aeroportos sob sua administração e que está à disposição das autoridades competentes para os esclarecimentos que se façam necessários".
Cantora se manifesta após nota
Após o comunicado emitido pela Infraero, a cantora Luciane Dom apagou a publicação na qual afirmava que seu cabelo havia sido revistado e fez uma nova postagem. "Eu sei o que ouvi hoje no scanner. Foi tudo muito rápido e sutil, o racismo do dia a dia não se vê em câmeras de segurança. Peço que parem o assédio e a reprodução dessa violência. Vamos seguir", escreveu a cantora em suas redes sociais.