
A Baianasystem sempre trouxe para além do lirismo duras críticas em suas canções, resgatando diversos elementos musicais de outras culturas. Por isso, durante show no João Rock, o vocalista Russo Passapusso destacou a “amefricanidade” da banda.
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“Quando a gente fala da música black, da música brasileira, das fusões da música brasileira, intermediando todos os forrós, todas as relações, os gritos dos movimentos sociais, a gente fala de uma cultura viva, de um Brasil vivo, de um Brasil unificado, de uma cultura de amefricanidade, a gente fala de gritos, de Lélia, de outras pessoas dentro da nossa expressão, a gente vive isso”, iniciou Russo.
Amefricanidade é um conceito criado em 1980 pela ativista e intelectual Lélia Gonzalez, para expressar as raízes do povo negro que se conectam tanto com os povos africanos quanto com os ameríndios.
“Esse show fala sobre isso, trata-se de um grito de África, onde a cultura dos portugueses não deixaram, mas tiveram que aceitar dentro das manifestações culturais do Brasil. Isso é Lundu. [...] Eu poderia ficar dias aqui falando sobre isso. E quero que o Brasil conheça cada vez mais de si. Existe um passado que o futuro ainda não alcançou. Em algumas culturas, dizem que o futuro está atrás, porque você não sabe o que vem. E o passado está na frente, porque você se lembra do que viveu”, completou o artista.