
"Quem paga mais fica mais perto de Deus?". Esse é o principal questionamento de membros da comunidade evangélica em Salvador. Isso porque a 'Conferência Encontro' com a presença da cantora gospel Gabriela Rocha, da pregadora Camila Barros e do Apóstolo Milton Ebenezer, no dia 26 de abril, na Primeira Igreja Batista do Brasil (PIB), tem gerado críticas sobre a suposta comercialização da fé.
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O motivo? A divisão dos fiéis em setores “ouro”, “prata” e “pista”, com ingressos variando de R$ 90 a R$ 120, conforme a proximidade do palco. Segundo o mapa disponível na plataforma Sympla, o setor “ouro” garante cadeiras em frente ao palco, com visão privilegiada. Já o “prata” fica nas laterais, enquanto a “pista", o mais barato, acomoda o público ao fundo do espaço.

O modelo causou revolta entre internautas e frequentadores da igreja, que acusam os organizadores de promoverem uma “divisão do povo de Deus” com base no poder aquisitivo. Buscando dar visibilidade e fazer “barulho santo” sobre a situação, religiosos procuraram à coluna Sabendo com Vini, do Portal MASSA!.
“Se eu pagar o setor ouro, ficarei mais perto de Deus do que quem compra a pista?”, questionou uma levita. “Aquele que paga mais viverá uma experiência sobrenatural diferenciada”, ironizou um jovem.
Produtora se posiciona
Diante da polêmica, nossa reportagem entrou em contato com a Serquip, empresa responsável pela produção da 'Conferencia Encontro', solicitando esclarecimentos sobre os critérios usados na divisão dos setores e como a produção responde às críticas de elitização do culto.
Em resposta à polêmica envolvendo a suposta elitização da Conferência Encontro, Sérgio Santos, CEO da Serquip, esclareceu que sua empresa foi contratada apenas para realizar a produção local e afirmou que não há qualquer tipo de segregação promovida pela igreja.
"Não é um culto da Primeira Batista do Brasil (PIB). A igreja apenas cedeu para uma empresa que é de fora. Eu estou sendo contratado para fazer a produção local do evento. Não existe separação nem segregação na igreja", declarou.
Sobre a divisão do público por setores, Sérgio explicou que, como se trata de um evento fechado com artista internacional, os custos são altos. "Em qualquer evento fechado, existe custos, ainda mais que a artista que está vindo está vindo de fora do país. Então, existe um custo muito alto. Mas quem está trazendo tem seus custos e só ele pode dar dimensão dos custos que ele tem, por isso que eles setorizaram, mas não tem nada a ver com culto de igreja", acrescentou.