
O cantor e compositor Sine Calmon, um dos grandes nomes do reggae baiano e nacional, acaba de tirar do forno um single onde conta com a participação especial do Olodum.
Batizado de “Samba Reggae AÊ”, a faixa mistura o reggae de Sine, o samba-reggae do Olodum, o xote, uma das vertentes do forró, passando pelo funk à la Tim Maia e o ijexá baiano.
Mais que uma canção, “Samba Reggae AÊ” é um manifesto que percorre ritmos para homenagear o sertão, o Maranhão, Salvador e todo o Brasil. “Eu já vinha compondo a capela há um tempo, gravando ideias em casa, até que nasceu essa canção. Quis fazer uma homenagem ao samba-reggae e deixar o canal aberto para um feat. A bateria do Olodum chegou gigante, e o resultado foi uma alegria só”, revelou Sine.
Gravada com a energia única da percussão do Olodum, a música surgiu de maneira despretensiosa, mas carregada de simbolismo. “Morei muito tempo no centro de Salvador, sou amigo dos integrantes da banda, e esse convite foi acolhido com muito carinho. Quando vi, já estava com aquela sensação de quem está no Pelô com a batida do Olodum — um momento à la Michael Jackson. Especial demais”, disse o cantor.
A letra de “Samba Reggae AÊ” passeia por paisagens afetivas e culturais. Traz versos como “vou cuidar do sertão, passando no Maranhão pra visitar meus irmãos”, referência direta ao estado que abraça o reggae com fervor e onde vivia Nengo Vieira, parceiro de longa data. “A música foi nascendo aos poucos, fui costurando as ideias na sala de casa. Falar do Maranhão, da Bahia, de Arembepe, do verão… é tudo muito meu. É sobre andar, se mover, celebrar nossa cultura”, enfatizou Calmon.
Com mais de 30 anos de estrada, Sine reafirma aqui sua identidade musical. “Sou da mistura. Gravei Djavan no meu terceiro disco, já fiz xote com o Natiruts, com Del Feliz… Eu me chamo de reggae man, mas sou a solução da mistura. Isso tá no meu DNA e enaltece nossos ritmos brasileiros”.
Mais do que um encontro de grandes nomes, “Samba Reggae AÊ” é um convite à celebração da diversidade rítmica, da alegria e da resistência cultural. Em tempos de intolerância, a música se firma como um território de liberdade e respeito às raízes. “Essa junção entre o Morrão Fumegante e o Olodum é uma prova de que a música brasileira é pura alegria. Tô feliz demais com esse presente que é essa canção”.
O lançamento de “Samba Reggae AÊ” reafirma o papel de Sine Calmon como uma das vozes mais autênticas e criativas da música baiana contemporânea — um artista que continua a expandir os horizontes do reggae nacional com alma, poesia e groove.
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