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Som de qualidade - 06/03/2025, 06:10 - Adan Nascimento

MUDEIdeNOME arrasta multidão no último dia de folia

Grupo aponta necessidade de revisão do "Furdunço" em 2026

"PIPOCA DO MUDEI" no Circuito Osmar Macedo
"PIPOCA DO MUDEI" no Circuito Osmar Macedo |  Foto: Bruno Concha

“Vamos começar nossa viagem pela memória afetiva do Carnaval”. Foi assim que Ricardo Chaves anunciou o início do desfile do MUDEIdeNOME, movimento musical formado por ele, Jonga Cunha, Ramon Cruz e Magary Lord, no último dia do Carnaval de 2025, um ano marcado pelos 40 anos da Axé Music.

Os foliões que seguiram a "PIPOCA DO MUDEI" no Circuito Osmar Macedo (Campo Grande-Avenida) aproveitaram as últimas horas da folia com o mesmo entusiasmo do primeiro dia, revivendo a energia dos antigos carnavais, que o MUDEI tem como propósito resgatar.

A abertura do desfile aconteceu ao som de "Ajayô". Aos primeiros acordes desse clássico de Luiz Caldas, o público foi se juntando atrás do trio/pranchão até formar um mar de gente ao entrar na avenida, todos vibrando juntos a alegria do verdadeiro Carnaval. A jornada musical seguiu com grandes sucessos que marcaram a história da folia na Bahia, como "We Are The World of Carnaval", "Eva", "Bota Pra Ferver", "Selva Branca", "Que Arerê" e "Chame Gente".

O MUDEIdeNOME se destacou em mais um Carnaval pela valorização do Circuito do Campo Grande, o primeiro circuito do Carnaval de Salvador. O grupo reafirmou a importância de manter viva a tradição do Carnaval do centro, que, ao longo dos anos, tem sido deixada de lado. O grupo mostrou que manter o Campo Grande vivo é necessário para preservar o Carnaval. Ricardo Chaves destacou na avenida: "Só faltava gente com coragem para pegar a música do axé raiz e tirar todo mundo de casa para voltar para a avenida".

A festa seguiu com Magary Lord puxando, "do fundo do baú", o "Tema do Cheiro de Amor", que foi entoado com entusiasmo pelo público. Em seguida, Ricardo exaltou a força do axé: "O Carnaval de Salvador nunca mais foi o mesmo depois de um refrão que mudou a história da música de rua do mundo". Com uma contagem regressiva, Magary puxou "Faraó", do Olodum, levando os foliões a um momento de pura emoção.

O ponto alto ficou para o encerramento. Com a despedida do Carnaval 2025, ao som de "Baianidade Nagô", hino dos carnavais de Salvador, foliões e artistas entoaram a canção quase como um grito de resistência e celebração das raízes do Carnaval.

Ricardo Chaves também apontou a necessidade de revisão do Furdunço, no pré-Carnaval, movimento criado pelo MUDEIdeNOME e pela prefeitura, que cresceu muito ao longo dos anos. "O Furdunço precisa ser repensado, e eu digo isso com propriedade, em nome do MUDEIdeNOME, porque nós criamos o Furdunço junto com a prefeitura, quando ainda éramos o Alavontê. Hoje ele está muito grande, com muitas atrações e trios gigantescos, e perdeu um pouco da sua origem. Mas são coisas que, se pudermos colaborar, vamos colaborar".

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