
No próximo dia 10 de maio, às 17h30, o Cineclube GeraSol realiza uma programação especial na Sala Walter da Silveira, em Salvador, com a exibição gratuita do documentário Samba Riachão, agora restaurado e convertido para o formato 4K, garantindo uma nova experiência sensorial a um clássico do cinema baiano e brasileiro.
Dirigido por Jorge Alfredo e lançado originalmente em 2001, Samba Riachão é um retrato sensível, afetuoso e bem-humorado do saudoso Riachão, um dos grandes nomes do samba da Bahia.
O filme mescla depoimentos, músicas e cenas do cotidiano para celebrar a trajetória de um artista que é, ao mesmo tempo, memória viva e símbolo da Música Popular Brasileira.
Resgate da obra - A restauração do documentário representa uma conquista histórica e afetiva. Após o desaparecimento dos negativos originais em 35mm e a deterioração de cópias durante a pandemia, a equipe do filme conseguiu viabilizar o resgate da obra por meio de um edital de preservação.
O diretor, emocionado, relembra o impacto de ver o resultado: “Chorei que nem um bobo quando vi o filme restaurado em casa. Tudo é muito bonito. Que sorte a minha ter conseguido rodar esse filme!”, revela Jorge Alfredo.
O filme é também um marco para o cineasta: “Samba Riachão foi meu primeiro longa e nasceu de uma paixão antiga pelo samba e pelo cinema. Levar um pouco da MPB para a tela grande já estava escrito. Riachão é o samba em pessoa: seu humor, sua sabedoria, seu canto a capela.”
Riachão estreou no prestigiado Festival de Brasília de 2001, onde foi o único documentário entre os seis longas selecionados. Lá, conquistou o público e a crítica, recebendo os prêmios de Melhor Filme pelo júri oficial e também pelo júri popular. A partir daí, o documentário ganhou projeção nacional e internacional, com exibições em Cuba, Alemanha, França, EUA, Portugal e mais.
Para Jorge Alfredo, a restauração em 4K é mais do que uma atualização técnica — é a chance de reviver uma trajetória marcada por afetos e reconhecimentos:
“Foram 24 anos! O negativo sumiu, algumas cópias ficaram fora do ar condicionado na pandemia. Quando ganhamos o edital de restauração, nem sabíamos se daria certo. Mas deu. Foi um alívio e uma emoção enorme ver a beleza do filme renascendo.”
O Cineclube GeraSol é uma contrapartida do projeto "Os Filmes Que Eu Não Vi" e mais do que um espaço de exibição cinematográfica, é um ponto de encontro cultural, onde filmes, histórias e vivências se entrelaçam em experiências sensíveis e transformadoras.
Os encontros acontecerão mensalmente até agosto de 2025, sempre de forma gratuita e o objetivo é resgatar e valorizar obras do cinema nacional, ao mesmo tempo em que promove novos momentos de troca com o público.