O corpo é testemunha do bem que um orgasmo faz. Biologicamente falando, tudo acontece no cérebro, e o êxtase e a descarga de prazer e bem-estar são respostas psicológicas ao que acontece com as terminações nervosas da genitália. Mas o poder dele vai muito além dessa relação de causa e efeito, e pode levar de apenas um arrepio até uma perda de memória. Acredita?
Chegar ao orgasmo, o que entendemos como ponto máximo do prazer sexual, provoca diversas sensações físicas. No caso dos homens, há contrações no esfíncter anal, na próstata e nos músculos penianos, além da ejaculação. Já as mulheres experimentam várias contrações ritmadas na região pélvica. “Além de todas essas sensações, o orgasmo tem, principalmente, o componente psicológico, que é a percepção do prazer intenso. E isso faz o desejo aumentar, afinal, o que é bom, queremos repetir”, explica a sexóloga clínica Mayara Magalhães.
Mas o que é bom não fica só no corpo. Emoções intensas - como é o orgasmo - podem desencadear um episódio súbito de perda de memória que pode durar até 24 horas. A amnésia transitória é uma condição rara e temporária, como explica Mayara Magalhães. “Parece estar ligada a alterações no fluxo sanguíneo que alimenta a formação de memórias durante o sexo”. A ocorrência é de três a cinco pessoas em cada 100 mil.
O esquecimento, além de passageiro, é pontual e estaria relacionado às memórias mais recentes. A pessoa não se lembra, por exemplo, da própria relação sexual que lhe causou a perda de memória. Ou seja, ela sabe que a sensação foi boa ao ponto de lhe causar a perda de memória, mas não consegue lembrar como foi. Que doido!
A experiência do orgasmo é realmente poderosa e, diferente da amnésia transitória, é duradoura. Mayara garante que os efeitos do orgasmo não ficam apenas na cama, nos segundos após o sexo, e podem ser percebidos a médio e longo prazos, já que auxilia homens e mulheres a melhorar a qualidade do sono, a reduzir os níveis de cortisol, fortalecer o sistema imunológico e melhorar o tônus muscular da região íntima, prevenindo condições de saúde como a incontinência urinária.
Diante de tantos benefícios, não há como pensar diferente: tenha orgasmos! “O orgasmo é libertador. Promove autoconhecimento, autonomia, autoestima e empoderamento. É saudável, faz bem, e claro, é muito prazeroso. Por mais orgasmo, por favor!”, sugere a sexóloga clínica.
Desmistificando o orgasmo
Essa é uma experiência bastante desejada; quem sabe o que é bom sempre espera por um orgasmo. Essa fama toda, claro, também traz uma variedade de mitos sobre as experiências sexuais, e o Portal Massa! vai esclarecer alguns deles.
Para começar, pule fora dessa lorota de que o tamanho do pênis interfere na “qualidade” do orgasmo da mulher. Essa é uma ideia equivocada e não considera, por exemplo, que "um pênis muito grande pode causar incômodo e até dor”, destaca Mayara.
Outro mito relacionado ao tema é a ideia de que, para ser bom, precisa ser molhado. “O orgasmo feminino geralmente é seco mesmo. Já no homem, o orgasmo (que é a sensação de prazer) coincide com a ejaculação (expulsão do sêmen). Muita gente acha que é uma coisa só, mas são fenômenos diferentes”, explica a especialista.
Por último, não menos importante: nem tudo precisa terminar em orgasmo! Esse não pode ser o objetivo da relação sexual, e sim a consequência. A relação precisa ser prazerosa, gostosa, leve e sem cobranças por uma performance perfeita. Curta o momento que uma hora você chega lá - e tomara que você não perca a memória, assim dá para lembrar como foi cada detalhe!
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