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vem saber tudo - 25/05/2024, 08:00 - Clara Oliveira - Atualizado em 17/06/2024, 17:34

Falta de libido: conheça causas e soluções para o baixo desejo sexual

O Portal Massa! bateu um papo com especialistas para quebrar as barreiras em torno do assunto

A falta de libido ainda é um tema pouco debatido
A falta de libido ainda é um tema pouco debatido |  Foto: Freepik

Quando se é acionado o ‘start’ para o início da vida sexual, tudo começa a mudar. A partir desse momento, transar se torna algo comum em decorrência ao desejo sexual que permeia a vida. Mas, e quando todo o desejo sexual - do que parecia ser impossível ficar sem - acaba? E no momento pavoroso quando a baixa libido bate à porta e o apetite sexual some? O desejo é uma parte do ser humano, e, sem ele, o que fazer?

A falta de libido, como é chamada, afeta inúmeras pessoas, entre homens e mulheres, que precisam lidar com a baixíssima vontade de ter relação sexual. O tema pouco debatido pode ocorrer por inúmeras causas, desde problemas hormonais até o estresse do dia a dia.

Para quebrar as barreiras em torno do assunto, o Portal Massa! conversou com especialistas para esclarecer as causas, soluções e ‘monstros’ da falta de apetite sexual.

A libido é multifatorial
A libido é multifatorial | Foto: Freepik

Para iniciar, é necessário entender que a libido é multifatorial, ou seja, pode ser influenciada por diversos fatores, como questões sociais, educacionais, comportamentais e até mesmo pelo contexto de vida. Para facilitar a visualização de como ocorre a libido, a médica ginecologista Lorena Magalhães usou a analogia de uma pizza dividida em fatias.

"Tem a fatia influenciada pelo hormônio, pelo nosso contexto de vida, pelo relacionamento, por fatores físicos, fatores mentais, pelas nossas crenças, nossos tabus", pontuou a doutora.

O sexo acaba se tornando uma peça-chave na vida do ser humano, sendo assim, a falta do desejo sexual pode impactar em outros âmbitos na vida de quem fica sem o ato. A ginecologista esclarece os pontos afetados.

“Um baixo desejo sexual pode atrapalhar o seu contexto de relacionamento, sua autoestima, seu autoconhecimento, sua vida em família, a sensação de intimidade que muitas vezes é necessária para o casal, tudo isso pode interferir”, declarou ela em entrevista ao Massa!.

Para identificar a baixa libido é necessário investigar a diminuição de desejo e estar atento aos detalhes. Segundo a doutora Lorena Magalhães, é importante referir se a falta do desejo causa sofrimento e os sintomas precisam ter duração maior do que seis meses.

Apesar do desejo sexual ser algo comum para a maioria das pessoas, a libido sexual não é uma linha reta, ela possui altos e baixos. Conforme a montanha-russa do desejo, a ginecologista explicou que é necessário estar ligado.

“Nós passamos por crises na adolescência, em relacionamentos longos, na gravidez, no pós-parto imediato, nós temos crises na pós-menopausa. E a gente precisa estar atento a isso”, finalizou.

Hormônios, problemas psicológicos e estilo de vida podem ter relação
Hormônios, problemas psicológicos e estilo de vida podem ter relação | Foto: Freepik

Os hormônios e o desejo sexual

Como dito anteriormente, uma das ‘fatias’ que podem estar ligadas à libido são os hormônios. Nesse âmbito, a médica endocrinologista Viviane Melo abriu o jogo sobre como as mudanças hormonais podem afetar o apetite sexual.

“Com a chegada do climatério, acontece diminuição dos níveis de estrógeno, hormônio responsável pela lubrificação vaginal, memória, controle do sono, turgor da pele, manutenção da massa óssea e composição corporal”, iniciou Viviane.

“Todas essas alterações em conjunto podem ter repercussão sobre o bem estar e resposta sexual feminina fazendo com que haja menor desejo e menor prazer. A testosterona, embora esteja em menores concentrações no sangue da mulher, quando comparado ao homem, também tem papel crucial na libido”, completou a médica.

E os homens?

Poucos estão atentos para os homens que não sentem vontade de transar, situação que pode, sim, ocorrer. A médica explicou como problemas endocrinológicos podem afetar a falta de libido masculina.

"Homens precisam ter as dosagens hormonais e clínicas avaliadas, principalmente glicemia, prolactina e testosterona. Mas, não existe receita pronta. Precisam passar em consulta para serem ouvidos e investigados do ponto de vista clínico, pois o stress e os problemas financeiros também são fatores de influência na libido masculina”.

No geral, o longo tempo sem apetite sexual pode sim estar relacionada com a parte hormonal, mas, segundo a endocrinologista, é necessário passar por uma avaliação clínica e laboratorial.

“Irritabilidade, alterações do sono, da memória, da composição corporal e diminuição da lubrificação vaginal podem ser sinais de que as alterações de libido possam ser de cunho hormonal”, destacou a doutora Viviane.

Estilo de vida

O estilo de vida anda atrelado ao apetite sexual. Pontos como: alimentação, deficiências nutricionais, dietas ricas em açúcar, alimentos processados, desidratação, estresse crônico, falta de sono e o consumo excessivo de álcool, podem impactar negativamente na libido.

Com a consciência da grande influência da nutrição na falta de apetite, a nutricionista Isabela Ribeiro, que atua na área de nutrição clínica, destacou a melhor forma de dar um ‘up’ na libido baixa.

“Para melhorar a libido, é recomendável seguir uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes, praticar exercícios físicos regularmente, gerenciar o estresse de forma eficaz, estabelecer uma rotina de sono consistente, manter-se bem hidratado e moderar o consumo de álcool e fumo. Se os problemas persistirem, é importante consultar um profissional de saúde para uma avaliação mais detalhada e recomendações personalizadas”, pontuou ela.

Como a baixa libido pode sinalizar a falta de nutrientes? A profissional pontuou a forma como determinados alimentos são essenciais para a produção de hormônios sexuais, como testosterona e estrogênios.

“Nutrientes como zinco, selênio, vitamina D, ácidos graxos e ômega-3 são essenciais para a produção de hormônios sexuais, que são fundamentais para uma libido saudável. A deficiência desses nutrientes pode levar a uma produção hormonal inadequada. Além disso, vitaminas do complexo B, ferro e magnésio são vitais para a produção de energia, e sua falta pode causar fadiga e baixos níveis de energia, diminuindo o desejo sexual”, salientou.

Para aumentar a libido, Isabela ressaltou que alguns alimentos possuem potencial de influenciar o desejo de forma positiva. “Alimentos como chocolate amargo, ostras (ricas em zinco), abacate (fonte de vitamina B6 e potássio), nozes e sementes (contendo arginina), maca peruana e melancia (com citrulina) podem ajudar a aumentar a libido”, declarou em entrevista ao Massa!.

O apetite sexual é repleto de altos e baixos, mas se torna um alerta quando é contínuo
O apetite sexual é repleto de altos e baixos, mas se torna um alerta quando é contínuo | Foto: Freepik

Educação Sexual e libido baixa

No lado da educação sexual, é importante se conhecer e respeitar suas barreiras. Segundo a sexóloga Raquele Carvalho, a maneira de enxergar o sexo e a importância que se é dada a ele tem ligação direta com a baixa libido.

“A percepção e atitude que vamos ter em relação ao sexo, muitas vezes é moldado pelos diversos fatores culturais, psicológicos e pessoais, isso pode afetar diretamente no desejo sexual de várias maneiras. A percepção e importância que se atribui ao sexo é fundamental para a saúde sexual, se você percebe que é algo positivo e saudável, isso vai ser muito bom. Se você tem um outro entendimento, isso pode ter uma relação sexual dolorosa e traumática”, evidenciou a sexóloga.

Para muitas pessoas, debater sobre a falta do apetite sexual não é algo fácil, barreiras são criadas em torno do tema por pessoas que não se sentem confortáveis para admitir a situação. Segundo Raquele, entender que o sexo traz melhor qualidade de vida pode ajudar as pessoas que não procuram especialistas para resolver a condição.

“Entendendo que sexo vai te proporcionar mais qualidade de vida, que o sexo é vontade de prazer, entender que o sexo é positivo e que te traz diversos benefícios para a sua saúde e entender também que baixa libido e disfunções sexuais, muitos outros problemas podem surgir com você e com outras pessoas. Vai buscar uma solução, buscar informações de qualidade, buscar uma profissão que possa te ajudar a resolver essa situação”, afirmou.

Em alguns casos, pressionadas pelos parceiros para fazer sexo cedem ao ato mesmo sem vontade. Para lidar com esses casos, Raquele indicou a necessidade de colocar limites para não se transformar em algo traumático.

“É importante entender esse contexto para se preservar, poder colocar limites, relação íntima é bom quando é prazeroso para todo mundo, não é só para o outro. Tem que ser bom para os que estiverem envolvidos no momento, todos têm que sentir prazer, tem que se sentir sujeito atuante naquele momento para ser gostoso”, enfatizou a profissional.

A falta de libido pode ter inúmeros motivos
A falta de libido pode ter inúmeros motivos | Foto: Freepik

A saúde mental e a baixa libido

Em entrevista ao Massa!, a psicóloga Izaianni detalhou sobre como a saúde mental pode influenciar na falta de libido. “Fatores diversos como nossa relação com nós mesmos, com o nosso corpo, com a nossa autoestima, com o outro, com o mundo, bem como a qualidade da relação, saúde física, podem afetar diretamente essa energia sexual, aumentando ou diminuindo-a, por meio do aumento ou diminuição do interesse. Isso pode ocorrer de maneira consciente ou de maneira inconsciente”, destacou a profissional.

Quando existe a falta de libido, muitas pessoas acabam se sentindo inseguras consigo mesmas e o psicológico vai lá pra baixo. Com a situação, Izaianni elencou sobre como ‘driblar’ a situação para não ter a autoestima abalada.

“O primeiro passo é a pessoa tomar consciência do que favorece a sua libido e o que a desfavorece. É entender quais são os seus objetos de desejo para investir neles, ao mesmo tempo em que se entende onde essa libido não vai funcionar. Lembrando que como ela é uma energia, a maior parte não está sob o nosso controle, então se acolher, falar sobre, buscar tratamento quando necessário, dialogar com parceiros, são maneiras muito importantes para não ficar inseguro diante da baixa libido”, salientou a psicóloga.

Alertando novamente sobre os casos em que os indivíduos se sentem pressionados pelo parceiro a fazer sexo, a profissional alertou para os perigos de fazer sexo mesmo sem o desejo. “Sexo é pra ser prazeroso, com consentimento, sem dor orgânica. Essa é a regra. Sexo não pode ser obrigação, claro que ele faz parte do relacionamento, mas ao invés de se forçar a fazer, precisa entender os porquês de ele estar desinteressante”.

De acordo com a psicóloga, existem inúmeras maneiras de lidar com um parceiro que sente mais desejo sexual que uma pessoa sem libido. Entre elas, está o diálogo.

“O casal precisa dialogar, relacionamento é construção, inclusive na parte sexual. E nesse diálogo, ambas as necessidades precisam ser exploradas. É possível o casal entrar em diversos acordos que favoreçam a ambos Se o diálogo não for suficiente, é super recomendado que os parceiros busquem ajuda especializada para auxiliá-los nessa jornada”, declarou Izzaiani.

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