Com apenas um gol no marcador, o Bahia superou outra forte equipe do Campeonato Brasileiro de 2024. Embora seja cedo para cravar a permanência do time baiano na parte de cima da tabela, a desconfiança existente no torcedor - que luta há décadas por competitividade -, é jogada para escanteio jogo a jogo.
Seja no discurso ou comportamento dentro das quatro linhas, finalmente o Esquadrão de Aço está sendo o reflexo do seu torcedor. Verbalizar o desejo de mirar o topo não parece mais assustar o Bahia.
Por mais que Rogério Ceni, comandante desta embarcação, evite decretar um objetivo - corretamente -, está sendo comum ouvir os atletas falarem sobre a ambição do clube. E não é apenas um caso isolado. Coletivas, entrevistas pós-jogos, bastidores, e até mesmo a comunicação do visual nas mídias sociais exalam a confiança no trabalho executado. Sem esquecer da agressividade no mercado da bola no início do ano, com direito a cutucadas em concorrentes.
Seria até inapropriado relatar tantos exemplos "ousados", que passam longe dos gramados, se os resultados em campo não estivessem vindo. Mais do que os 13 pontos em seis jogos, conquistados por meio de placares modestos, o futebol apresentado pelo Tricolor de Aço até a sexta rodada do Brasileirão faz com que o torcedor ande de cabeça erguida.
Longe de esmiuçar cada partida, neste momento a análise será geral. Apesar de contar com muitos atletas técnicos, a equipe gerida por Ceni mostra não ligar para vaidade. Um exemplo marcante para esta afirmação é o camisa 10, Everton Ribeiro - principal contratação do clube há anos -, liderar números defensivos.
Este, inclusive, é um gatilho motivador utilizado pelo próprio treinador. Se uma das principais referências técnicas do time se esforça para "subir e descer" marcando, outros têm a mesma obrigação. Contudo, por este motivo, ou não, a disciplina tática, com e sem bola, atrelada a um meio campo que fala a mesma língua, atrapalha planos de adversários que estão acostumados com as primeiras colocações.
Tal comportamento gera indignação com quem está acostumado a "pintar e bordar" quando enfrenta o Bahia. Os exemplos ainda estão vivos na sua memória: técnico manda o time todo para o vestiário antes do apito final, e acentuadas reclamações com a arbitragem ao término da partida. Isso sem relatar os absurdos publicados por aí.
Está tudo muito recente, mas Ferran Soriano, CEO do City Football Group, maior conglomerado de clubes do mundo e dono do Tricolor de Aço, avisou: "O Bahia será odiado". E também é importante lembrar que esta parceria acabou de começar.