Ô, irmão, na moral mesmo, hoje eu tô virado na ‘lebara’. Cheio de ódio nesta ‘lá ela’. Desculpem o excesso de palavrões, mas tô muito pirado mesmo. E, dessa vez, não é com a prefeitura, com o governo do estado ou com a chuva. Eu tô retado com essa galera mal-educada e sem noção da nossa querida Salvador, com a turminha do ‘tô chateado surto mesmo e não tô nem aí’.
Man, na terça-feira passada, tô lá no meu corre, em busca do ‘faz-me rir’, acelerado, mas na paz de Jah. Até aí tudo bem. Pra cima e pra baixo com o carro pra fazer um extra. Então paro num condomínio na Caixa D’Água. Estaciono o carro e tal. Até aí tudo normal. Saio do carro com a parceira do corre e assim que sou recebido pela cliente, ainda na garagem aberta, também fui recebido por um compasso voador diretamente na cabeça.
É isso mesmo, aquele compasso de arquiteto, de ferro, pesadinho. Foi bater e eu sentar no chão com o ‘mel’ escorrendo pela testa. Tontura, náusea e uma dor da zorra. Pra você ter noção, da garagem para o primeiro apartamento dá uma altura de uns quatro andares, sendo que o prédio tem mais de dez. Ou seja, não de onde veio a zorra do objeto. Só sei que doeu pacas.
Fui parar no hospital com sangramento e inchaço na cabeça. A tomografia não deu nada demais. Ô glória! Mas a dor ainda persiste, assim como o inchaço. Mas sobrevivi. Porém, ninguém conseguiu identificar a ‘alma boa’ que arremessou o compasso. Fiquei no prejuízo e ponto.
O que quero pedir é para que vocês, que têm o mau costume de jogar objetos, lixos e coisas pela janela de casa, do apartamento, do carro, do ônibus – só não jogam do avião porque a janela não abre -, pare de fazer isso urgente. Não interessa se brigou com o (a) companheiro (a), se o notebook travou, se foi demitido pelo telefone, se deu preguiça de descer com o lixo ou guardar até achar o local correto para jogar, apenas não jogue pela janela e nem no lugar errado.
Comigo foi um compasso que atingiu a cabeça. Mas se fosse um vaso? Uma pedra? Uma faca? Uma garrafa? Uma cadeira? Eu nem estaria aqui pra escrever isso. Alguns me falaram: “Mas pode ter sido uma criança que deixou cair”. Alguém ainda tem culpa, porque os pais deveriam colocar a zorra da rede para evitar que a criança jogue coisas pela janela e para que ela não caia de lá.
Independentemente de quem foi e em qual situação foi, só peço que tomem o devido cuidado, que criem consciência e bom senso. Uma simples atitude de atirar algo pela janela pode machucar alguém, como aconteceu comigo, ou mesmo matar alguém. Na dúvida, na raiva, toma um banho gelado e bota a cabeça no lugar (lá ele).
Fica a dica pra vocês, rebanho de sem noção!