Até onde a falta de peças de reposição atrapalha o trabalho do técnico Renato Paiva à frente do Bahia e até onde esse trabalho se mostra frágil em sua estrutura? É um dilema vivido com muita frequência pelo torcedor do Tricolor desde o início do Campeonato Brasileiro.
Pra não "jogar conversa fora", inicialmente é necessário dar a ideia dura: o elenco montado pela atual gestão da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), gerenciada pelo Grupo City, não atende o nível de jogos, qualidade e intensidade do esporte no Brasil. Dito isso, é um fato que o treinador, na beira do campo e com a bola rolando, fique de mãos atadas no quesito mudar jogo - até mesmo na escalação dos onze iniciais.
Contudo, para que você não pense que estou apenas passando pano para o comandante português, lhe digo, é preciso o técnico ser mais simples.
O que quero dizer com isso? Quero dizer que é nítido o conhecimento teórico do técnico acerca do futebol, porém, na prática é necessário mais tempo para os jogadores "pegarem a visão". Se eu ficar aqui detalhando o que identifiquei quanto à ideia de jogo do Mister, vou me alongar demais, porém, a ideia ofensiva construída com jogo apoiado de trás para frente utilizando a profundidade dos laterais, é clara - no tradicional 4-3-3 e principalmente no tão utilizado 3-5-2.
Mas dentro desses sistemas existem muitas "problemáticas" de movimentos, exigidos pelo comandante, que se não forem bem compreendidos e executados, causam o que estamos presenciando nos jogos do Tricolor: desorganização e inoperância ofensiva/defensiva.
E aí retorno para a simplicidade que citei pouco antes. Às vezes não conseguimos fazer tudo que queremos e precisamos adaptar, mas vejo que é insistente a ideia do professor em meio aos campeonatos. Na minha opinião, agora, seria mais prudente passar aos atletas apenas o simples: subir e descer de forma compacta, com mais atenção defensiva. Ficar aqui escrevendo é fácil, mas o profissional é ele, deve conseguir transmitir o básico aos seus jogadores.
Portanto, colocando na balança, entre um e outro ponto em questão nas primeiras linhas deste texto, além dos fatos expostos, algo me diz que são muitas coisas para fazer em tão pouco tempo e, os adversários, campeonatos e principalmente o calendário não perdoam. No mais, atenção Renato Paiva, Grupo City e atletas, o tempo não para e a segunda divisão do Brasileirão está de braços abertos.