Ô, véi! Eu já tava todo empolgado com essa parada da greve do buzu. Irmão, só de lembrar que não ia ter que andar por 6 minutos, debaixo de chuva, da minha casa até o ponto de ônibus e de lá ter que pegar um buzão lotado, véi, na moral... tava feliz, principalmente porque a empresa avisou que iria mandar um carro me pegar. Pow, pire aí: carro na porta de casa, o que já me economizaria um tempinho, daria pra acordar mais tarde, tomar banho e café com calma e ainda não precisaria andar. Carro com ar condicionado e o motorista me chamando de “senhor”. Da hora, véi!
Aí no fim do dia os caras aceitam a proposta lá dos empresários e cancelam a greve. Na hora o patrão ligou: “Esqueça o carro. Tudo normal amanhã. Chegue cedo!”. Véi... partiu meu coração. Eu desci hoje até o ponto no ódio, com uma raiva da misera, falando o nome da ‘pelada’ pros quatro cantos. Cheguei no ponto 5h20, 20 minutos antes do meu horário normal. Fiquei com medo de pegar o buzu mais cheio do que o normal. Não sou otário, né, man.
E não é que finalmente o 'motô' chegou no horário certinho. Acho que é a primeira vez que o carro não atrasa nos últimos 5 anos. Mas é isso, nada como salário na conta e reajustado pra galera trabalhar feliz.
Galerinha dos empresários e prefeitura de Salvador, Bruno Kings, vê se não deixa essa zorra chegar nesse ponto no ano que vem. Vou aproveitar também pra pedir aumento ao patrão hoje no fim do dia. Vai que cola! Torçam por mim e façam o mesmo!
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Até a próxima, porque na volta tem mais dois 'buzão' pra voltar pra casa, fora a paletada e a ladeira pra subir. E amanhã começa tudo de novo.
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