Tem umas paradas que só em Salvador mesmo, né, véi!? Quem precisa ir pra rua todo dia vai entender do que irei falar. Basta cair uma chuva nessa cidade que os semáforos apagam ou entram em curto, ficam piscando e daí pra pior: engarrafa tudo, os espertos apressados tocam o terror jogando o carro pra cima de tudo e de todos e várias outras paradas que rolam. Pelo visto, não é só asfalto que é feito de açúcar como dizem por aí.
Eu mesmo, esses dias, tava na minha paz, dirigindo, escutando Edson (Gomes) e cantando "Todo santo dia / Pois todo dia é santo / E eu sou uma árvore bonita / Que precisa ter os teus cuidados / Me regar mãe / Vem me regar/ ôoô...", quando vejo todo mundo freando bruscamente na Avenida Suburbana, na ladeira descendo sentido Boiadeiro, próximo do posto de gasolina e da igreja Universal, antes do Parque São Bartolomeu, de quem vem do Luso.
Quase bati no fundo do carro da frente (lá ele). O motivo? Lá tem um fotosensor. Aí, assim como eu, acho que todo mundo ficou na dúvida: a sinaleira tá apagada, mas será que o ‘chupa-cabra’ tá funcionando? Na dúvida todo mundo passa extremamente devagar.
E esse mesmo problema ainda passei nas avenidas Gal Costa, que inclusive tá uma zona lá, mas é papo pra outro dia, e na 29 de Março. Todas essas áreas com semáforos dando B.O. e a galera precavida passando com medo, enquanto os espertalhões passavam voando na pista como se tivessem numa corrida de Fórmula 1, a ponto de causar um acidente.
Pra quem tá no buzu não é muito diferente, porque sem as sinaleiras ninguém respeita cruzamento e rotatória, aí os ônibus ficam presos nos cantos. E uma viagem que demoraria 50 minutos em pé e com lotação máxima, se torna uma rolê ainda mais estressante de 1h30. Isso quando o motô não dá uma doida e sai metendo o carro em cima de todo mundo na rua e a viagem parece mais um rolê numa montanha russa, só que sem trava de segurança, tá ligado, né?
A galera que tem fé e vai a pé também sofre, porque não consegue atravessar a rua e ainda tem que disputar espaço com os loucões das motos, que sobem nos passeios, nas ciclofaixas e ciclovias... E você que saia da frente, ao menos se não quiser entrar pra estatística dos atropelados. Eles acham que com uma buzinada tá tudo resolvido e eles que têm a preferência.
A essa altura, Edson Gomes já partiu a milhão do meu som e já mudei para o Kannário e meti o volume no talo: "Sai da frente que lá vem a zorra/ Sai da frente que lá vem a zorra/ Sai da frente que lá vem a zorra/ Deixa aí, deixa aí que eu quero ver / Deixa aí, deixa aí que eu quero ver / Eu não sou de baixar a cabeça pra ninguém/ Se vier tem, se vier tem, se vier tem, se vier tem".