Imagine dormir em paz, com a consciência tranquila e acordar com a conta bancária bloqueada pela Justiça após ser acusado de golpe? Imaginou? Esse é o inferno vivenciado pelo soteropolitano e técnico de Segurança do Trabalho Marcus Vinícius, de 44 anos.
"Infelizmente sofri um golpe. Quando fui fazer um saque no Banco do Brasil, apareceu que estava sem saldo. [Então] descobri que minha conta estava com bloqueio judicial", declarou o trabalhador em entrevista exclusiva ao Portal Massa!
Marcus Vinícius contou que seus dados pessoais, como por exemplo o CPF, RG e nome completo foram roubados e utilizados em crimes na internet no ano de 2012. Os estelionatários se passavam por ele, abriram uma empresa de vendas de cotas de um consórcio contemplado de caminhão no Mato Grosso.
Uma das vítimas do falso consórcio pagou R$ 18.700 para aquisição de uma cota. Após perceber que havia caído em um golpe, ela prestou queixa em um delegacia e moveu um processo na justiça contra a empresa que estava registrada no nome de Marcus Vinícius.
Só soube 10 anos depois
Somente no ano de 2022, o trabalhador baiano tomou ciência que estava sendo acusado de aplicar golpes na internet e que estava sendo processado por danos morais. Além disso, Marcus Vinicius descobriu que deveria fazer o ressarcimento do valor pago pela vítima no falso consórcio.
Em 2023, o trabalhador foi condenado a pagar R$ 106 mil ao comprador do consórcio e corre o risco de ter bens penhorados, como por exemplo o imóvel onde ele vive com a família.
Estou me sentindo injustiçado por ser condenado a pagar por uma coisa que não fiz. A cabeça fica a mil!
"Hoje não posso mais comprar em meu nome até resolver essa situação. É uma situação muito complicada, estou pedindo forças a Deus para passar por tudo isso", desabafou Marcus Vinicius.
Após ser comunicado da decisão da 4º Vara Cível de Sinop (Mato Grosso), o trabalhador publicou um vídeo nas redes sociais, onde clama por ajuda para que o judiciário reavalie o martelo batido no processo que é favorável para a pessoa que comprou a cota na mão dos golpistas.
"Eu não sou esse golpista, sempre fui trabalhador, sempre tive minhas coisas honestamente, sem precisar lesar a consciência ou tirar algo de alguém. Por isso venho aqui [pedir] a alguém do judiciário que possa analisar meu processo para que eu possa seguir e ter uma vida de paz, porque não estou tendo. Desde março de 2022 não estou tendo mais paz com esse processo e a qualquer momento posso ter penhora. Eu estou disposto a provar pra Justiça que não fiz isso, que não dei golpe", desabafou, detalhando que está recorrendo da decisão judicial.
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