Falta pouco mais de cinco meses para mais uma edição da maior festa popular do mundo e os envolvidos na organização do Carnaval, assim como a sociedade civil, continuam debatendo assuntos que visem melhorias para o evento. Parte dessas discussões ocorreu na quarta-feira (18), no VI Fórum do Carnaval de Salvador, que segue até hoje, no Hotel Wish, no Campo Grande, na capital baiana.
A necessidade do investimento privado para impulsionar a cultura, economia e sustentabilidade no carnaval da capital baiana foi um dos temas abordados, assunto esse que gerou inquietação em Géssica Neves, integrante do Bloco Afro Bankoma de Lauro de Freitas, e que acompanhou o primeiro dia do evento. Para ela, fala-se muito em incentivo à cultura, entretanto, na prática, os blocos afros - que carregam em si representatividade, história e arte - são os menos beneficiados pelos investimentos privados e públicos.
"Somos o único bloco fora da cidade que participa do Carnaval de Salvador, mas a gente também percebe um pouco de dificuldade na questão de ter um patrocínio, de ter uma visibilidade. Não só nós, mas como toda entidade do blocos afro, afoxé e de samba. É sempre um processo que a gente tem que estar brigando para poder entrar nesse espaço. Os blocos afros mantêm esse legado cultural, então por que não nos valorizar?", questionou Gessica.
A valorização do Circuito Osmar (Campo Grande) e a superlotação ocorrida no Circuito Dodô (Barra/Ondina), este ano, também estiveram na mesa de discussão. Para o empresário e produtor Fábio Almeida, que esteve na mesa de debate, os envolvidos na organização do evento precisam ampliar a atenção para o Carnaval do Campo Grande.
"Em relação à Barra, dessa vez eu acreditei que tinha dois milhões de pessoas, porque realmente tinha bastante gente. Agora eu não senti a mesma aqui no Campo Grande. Não sei se foi uma questão de organização de horários, eu não sei muito o porquê, mas eu achei um pouco vazio. Mas eu acho que um olhar para o Circuito Osmar é um olhar que ajudaria muito a desafogar, ajuda até do ponto de vista geográfico, ajuda a gerar mais trabalho, porque lá [Barra] é impossível concentrar todos os ambulantes. Aqui [Campo Grande] você consegue ter um fluxo maior de pessoas trabalhando, porque estimula de alguma forma. E eu não estou falando que é só do poder público, mas pensarmos em ter camarotes aqui também. Uma coisa leva a outra", opinou o empresário.