A Universidade do Estado da Bahia (Uneb) instituiu duas novas formas de ingresso nos cursos de graduação presenciais e à distância (EaD) em meio a uma diminuição nas confirmações de matrícula que afeta as universidades e instituições de ensino superior após a pandemia. De 2022 para 2023, 19% das vagas não foram preenchidas por falta da confirmação de matrículas, maior do que a média de 14% registrada na virada dos anos anteriores à pandemia da Covid-19.
Em decisão histórica, passam a ser adotados na universidade, além do vestibular próprio e do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), os resultados do candidato no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou seu desempenho no ensino médio, comprovado no histórico escolar, por meio de inscrição em plataforma própria da Uneb para as vagas remanescentes.
A pró-reitora de Ensino de Graduação e líder do grupo de pesquisa Políticas Públicas e Gestão da Educação (Educatio) na Uneb, Gabriela Sousa Rêgo Pimentel, comenta que essas vagas ociosas poderão ser concorridas e serão preenchidas por meio de uma nota gerada a partir dos dados após o estudante escolher o instrumento de ingresso.
“No edital terá o endereço eletrônico onde o candidato vai acessar, preencher com os dados pessoais, optar pelo instrumento de ingresso e anexar o histórico escolar ou o boletim do Enem. A própria plataforma vai fazer o cálculo do score. No edital, já terá a explicação da conversão dos valores das notas e pontuações e o candidato saberá como funciona a equivalência da sua média, identificando o que é melhor de utilizar”, explica Gabriela.
Seguem os processos seletivos anteriores, adicionando os novos mecanismos da resolução 1.587/ 2023, aprovada por unanimidade pelo Conselho Universitário (Consu) da Uneb no final do mês passado e publicada em 30 de junho.
Gabriela acredita que esta medida representa um importante avanço institucional. No entanto, comenta que, nos últimos anos, houve uma queda nesses ingressos por diversos fatores.
“Os motivos são: o econômico, em decorrência da própria pandemia; o próprio ensino médio não entregar a quantidade de estudantes que precisamos para a educação superior, com uma baixa conclusão e procura, em que um depende do outro; e a própria dinâmica dos cursos, onde precisamos sempre renová-los para que sejam mais atrativos aos candidatos, o que influencia. A universidade foi feita e tem como finalidade a presença dos estudantes nos seus espaços físicos e virtuais”, pontua a pró-reitora.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira