No ano em que contempla os 50 anos de Hip-Hop no mundo e 40 anos no Brasil, as potências da Bahia, representantes do movimento, estão envolvidos numa verdadeira ‘treta’, ao divergirem por conflitos de interesses. Hamilton Ferreira, popularmente conhecido no cenário como DJ Branco, acusa o Grupo de Trabalho Parlamentar Hip-Hop Bahia de receber emenda parlamentar. De acordo com as falas descritas por ele, não existiram reuniões para discutir ou sequer informar sobre o suposto dinheiro empenhado.
Em contraponto, o GT Parlamentar Hip-Hop Bahia, que tem como objetivo estabelecer contatos e alianças para contribuição, reconhecimento e o desenvolvimento dos elementos do estilo musical como ferramentas sociais, culturais, artísticas e educacionais, garante não ter conhecimento da existência de uma emenda em prol do grupo de trabalho. Em conversa com o Portal MASSA!, o coordenador de planejamento do grupo, Elias Gold, afirmou que as etapas do movimento são realizadas em conjunto às pessoas do grupo.
"Nesse processo todos que fazem Hip-Hop dentro do Estado da Bahia foram convidados a participar e estar dentro desse processo. [...] Todos os passos que nós damos são feitos em reuniões. Nós temos vídeos, nós temos reuniões no ‘meet’ gravadas com as pautas que a gente leva concordando junto com as pessoas que participam dessas reuniões para levar essas demandas para frente", detalhou.
A partir dos mobilizadores do Hip-Hop Brasil foi criada uma divisão de Grupo de Trabalho por estado, em favor da cultura por meio de políticas públicas para alcançar mais espaços. "A princípio foi formado esse grupo para ir à Secretaria de Cultura, buscar os vereadores para formar a frente parlamentar mista em Salvador, que já está sendo implementada, como presidente o vereador Sílvio Humberto e a vice Elaina, da mandata das pretas", conta o coordenador.
Para Elias Gold, a motivação para as acusações feitas por Hamilton Ferreira teria acontecido devido ao desconforto causado no DJ ao perceber que está perdendo espaço dentro dos processos, visto que, segundo ele, o dirigente da casa do Hip-Hop Bahia faz atividades somente para benefício próprio e não voltadas para a cultura.
"Ele começou a ter esses ataques dentro da frente parlamentar, de atacar o grupo que está fazendo pelo coletivo e nós somos o coletivo e nós representamos o coletivo, porque tudo que nós fazemos é em coletividade", disparou.
"Atritos sempre tiveram pela falta de diálogo do DJ, ele sempre quis ser o dono de tudo e quem não cede o que ele impõe é excluído do ciclo imaginário dele. Todos têm que seguir suas normas, se não é taxado de errado, todos que estamos nesse processo temos uma caminhada e merecemos respeito", completou.
Ainda de acordo com Elias Gold, o Grupo de Trabalho Parlamentar Hip-Hop Bahia tenta alcançar benefícios voltados para cultura Hip-Hop que qualifiquem os envolvidos nos movimentos visando que a classe possa estar qualificada a participar de processos seletivos, a exemplo de editais, festivais etc. "A gente ainda tem que fazer os personagens da cultura Hip-Hop entender que a gente pode ganhar dinheiro com cultura, mas para acessar esses espaços a gente tem que se profissionalizar".
O grupo, que irá passar por audiência pública para a concretização da frente, já realizou capacitações para o movimento e também a criação do Projeto de Lei para a Semana do Hip-Hop.
O Portal MASSA! entrou em contato com DJ Branco, que optou por não se posicionar sobre o assunto. Com uma longa caminhada na cultura do Hip-Hop, Hamilton Ferreira é produtor cultural, comunicador e arte-comunicador, além de gerir a Casa do Hip-Hop Bahia, localizada no Pelourinho.
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