
O Dia do Trabalhador, celebrado nesta quinta-feira (1º), amanheceu com mais de 50 militantes e trabalhadores ocupando as ruas do bairro do Uruguai, em Salvador, pra lutar contra a escala 6x1. Com cartazes, gritos de guerra e até carro de som, a galera mostrou que está disposta a lutar pelas mudanças e cobrar por melhorias em seus ambientes de trabalho. O Portal MASSA! marcou presença no local para ouvir de perto a voz do povão.
"Essa escala que muita gente encara nos serviços deixa o trabalhador com só um dia de descanso, e olhe lá! A gente tá aqui pra resgatar o espírito de luta do 1º de maio e mostrar que esse dia é nosso, da classe trabalhadora", contou Vitória Louise, do movimento Luta de Classes.
A manifestação também usa aspectos técnicos para embasar a luta. Mario Diniz, vice-presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Bahia, afirmou que trabalhar demais adoece, esgota e desumaniza.
“Hoje tem trabalhador fazendo 14x0, sem descanso nenhum. Isso tá acabando com a saúde mental e física da galera. A redução da jornada é urgente, inclusive pro bem das empresas, porque trabalhador saudável produz mais e falta menos. Buscamos a redução para jornada de 30 horas semanais”, destacou ele.
"E o salário, ó!"
A galera tá ligada que não adianta trabalhar menos, se os salários também diminuírem. Por isso o movimento defende a redução sem 'tocar' no salário e nem mandando ninguém para rua. "Não diminui nada nos salários, a proposta não defende isso. E os que dizem que vai gerar desemprego é conversa fiada. Reduzindo a jornada, mais gente entra no mercado. A roda gira, gera mais emprego e melhora para todo mundo", rebateu Antonio Marcos, do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR).

Feijão 'batendo'
Saco vazio não para em pé, e como ninguém vive só de luta, a manifestação terminou com uma feijoada daquelas no fim de linha do Uruguai, perto da Praça Santa Luzia. A ideia foi juntar geral, bater um papo e apresentar o projeto para quem também tá de fora da militância.