Sérgio Padilha, o suposto dono do cavalo Caramelo, que ficou preso no telhado de uma casa em Canoas durante a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul, relatou ter descoberto a situação do animal pela televisão. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Padilha afirmou ser o proprietário do animal.
Padilha, que é dono de uma chácara, explicou que, ao perceber a subida das águas, colocou o cavalo em cima de um dique, considerado o ponto mais alto da área. No entanto, ele perdeu contato com o animal devido ao aumento do volume de água. "Onde a gente estava não tinha contato. Quando conseguimos contato, um amigo meu mandou dizer que o cavalo estava em cima do telhado, aí arrumamos uma televisão e vimos o cavalo em cima do telhado. Ficamos sabendo pela televisão", lembra.
Segundo o homem, Caramelo estava inicialmente no dique, mas acabou desaparecendo quando a água tomou conta da chácara. "Lá era o lugar mais alto que tem em Canoas. Mas o cavalo sumiu, se foi para o meio da água, para o meio da vila, se assustou com o vuco-vuco, porque tinha muita gente, muita loucura, todo mundo correndo", explicou.
Durante o período das enchentes, Sérgio e sua família buscaram abrigo em um galpão em Gravataí, a cerca de 30 km de Canoas, cedido por um amigo. Após a tempestade, Sérgio visitou o Hospital Veterinário da Ulbra, onde Caramelo estava sendo tratado, e forneceu informações específicas sobre o animal, além de tirar fotos com ele.
Entretanto, a liberação de Caramelo não foi concedida. A devolução dos animais acolhidos e tratados no Hospital Veterinário da Ulbra depende de comprovação de propriedade. "O veterinário fez até uma entrevista comigo e me mostrou o cavalo. Desde esse dia é o advogado que está resolvendo, mas disseram que é a direção da Ulbra que manda", relatou Padilha.
Sérgio confirmou que não tem documentos que comprovem a posse de Caramelo, mas disse que vai providenciar um recibo de compra junto ao antigo dono e reunir testemunhas da cidade, que sabem que o animal é seu, para conseguir retomar Caramelo.
Ele mencionou que vive da compra e venda de animais e que está com Caramelo há cerca de seis meses. "Comprei ele e acabou ficando para as crianças montarem, porque é bem manso. Nem daria para vender, pois tentei por R$ 2 mil e ninguém quis", concluiu.