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Salvador - 07/02/2024, 08:08 - Lula Bonfim | Portal A TARDE

SOS Buracão demonstra confiança que espigões na praia serão barrados

Moradores esperam aprovação de lei que barrará torres que fariam sombra na praia de Buracão

Proposta de Carlos Muniz prevê construção de praça no lugar de espigão
Proposta de Carlos Muniz prevê construção de praça no lugar de espigão |  Foto: Olga Leiria | Ag. A TARDE

A ideia da construtora Novonor — atual nome da antiga Odebrecht — de construir torres residenciais em frente à praia de Buracão pode estar com os dias contados. Procurados pelo portal A TARDE, moradores do local demonstraram confiança na aprovação de um projeto de lei, assinado pelo presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), que transforma os três terrenos de propriedade da empresa em “áreas de interesse público”.

De acordo com o economista Miguel Sehbe, presidente da associação SOS Buracão, a expectativa dos moradores é de aprovação do projeto, sobretudo por ele ser de autoria de um vereador que é presidente da Casa legislativa.

“Quem lançou o projeto foi o presidente da Câmara, uma pessoa categorizada para tal, com fundamentos para tal. Ele propôs isso na Câmara e está tentando fazer com que passe. Nós estamos com essa expectativa e torcendo para que passe. O que está acontecendo aqui é uma aberração. Pode haver um sombreamento da praia. É um risco muito grande. Na verdade, é um fato constatado: se construírem esses espigões, haverá sombreamento”, avaliou Sehbe.

O representante da SOS Buracão aproveitou para criticar o posicionamento da Novonor, empresa originada em Salvador, que afirmou que estava buscando análises de especialistas de São Paulo para apontar que as torres não provocarão sombreamento em uma das praias mais populares do bairro do Rio Vermelho.

“Eu acredito que quem deve dar uma resposta é o CEO da Odebrecht, que falou que tem um estudo com gente de São Paulo, quando nós temos gente especializada aqui na Bahia. Você tem a UFBA com uma excelente faculdade de Arquitetura, de Urbanismo e de Engenharia. Não precisa trazer ninguém de São Paulo para tratar da orla de Salvador”, criticou o presidente da associação.

Sehbe ainda classificou como ilusória a ideia de que a construção das torres na praia de Buracão seriam geradoras de emprego e renda para Salvador. De acordo com ele, as vagas criadas pelo empreendimento seriam temporárias e, no futuro, o sombreamento nas areias do Rio Vermelho tiraria oportunidades de rendimento para trabalhadores informais da cidade.

“Isso é um absurdo. Quem vem para a Bahia não vem atrás de espigão. O pessoal se ilude dizendo que a construção civil vai gerar emprego e renda. Gera sim, mas é temporário. Quando a obra acaba, termina a geração de emprego e renda. E aí, com sombra na praia, as pessoas que vêm para a Bahia atrás de sol e praia, vão continuar vindo para o estado? Não. E os trabalhadores da praia vão perder sua renda. O que mais chama gente para a Bahia é essa intimidade que nós temos com a natureza”, analisou.

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