Uma reunião na manhã desta sexta-feira (03) uniu forças em prol da luta pela melhoria das condições de trabalho dos cordeiros no carnaval de Salvador. Com o objetivo de encontrar soluções já para a festa do ano que vem, a sede do Ministério Público do Trabalho (MPT), no corredor da Vitória, reuniu órgãos e entidades carnavalescas para uma audiência pública em que se debateu o que pode ser feito para garantir a dignidade no exercício da atividade.
Estiveram presentes representantes de entidades como o Sindicato dos Trabalhadores Cordeiros (Sindcorda), Defensoria Pública do Estado, Defensoria Pública da União, representantes dos blocos e líderes dos cordeiros. Todos foram ouvidos e levantaram questões que podem ser analisadas para que o modelo de trabalho dos cordeiros seja revisto e mais eficiente.
A procuradora do MPT Marina Pimentel pontuou que o encontro foi importante para esclarecer que essa é uma preocupação dos cordeiros, mas também das instituições públicas, dos blocos, e da classe artística.“É uma questão sensível que exige uma preocupação coletiva, uma união de esforços para que no próximo carnaval o trabalho seja desempenhado com mais respeito, segurança e uma remuneração mais justa”, disse.
Para o presidente do Sindcorda, Matias Santos, a audiência foi satisfatória em termos de alinhamento do que é preciso ser feito. “Saímos vitoriosos daqui por termos emendado pontos que podem alavancar um trabalho mais decente, especialmente no que se refere à casa de acolhimento do cordeiro nos circuitos”, disse.
A criação de um espaço que possa receber os trabalhadores durante a festa foi a principal pauta do dia. A proposta é que, assim como os catadores, eles possam ter acesso a banho, um espaço para descansar, etc.Esse, entre outros pontos, seguirão sendo avaliados, especialmente junto ao poder público municipal, em busca de implementar as medidas necessárias já para o carnaval do próximo ano.
ARTISTAS NO DEBATE
Para além de todo esforço dos órgãos públicos e entidades carnavalescas, também é fundamental que a classe artística esteja presente na luta por um carnaval mais democrático e igualitário, inclusive nas condições de trabalho. Na audiência desta sexta, a classe foi representada pelo músico Carlinhos Brown, que não só participou da discussão como se colocou à disposição para contribuir para o debate social. “A gente mantém uma imagem antiga de que aqueles que servem são inferiores ou menores”, disse. “Isso precisa acabar. Vamos dar conforto de trabalho a esses profissionais”, disse.