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Fique de olho! - 06/09/2023, 06:00 - Matheus Calmon/Portal A Tarde

Sites ajudam consumidores a economizar e pechinchar na hora da compra

Apesar das oportunidades, é necessário cautela para não cair no consumismo

Na era digital, o prazer gerado pelo ato de comprar ganha uma nova dimensão com a proliferação de sites de promoções e descontos
Na era digital, o prazer gerado pelo ato de comprar ganha uma nova dimensão com a proliferação de sites de promoções e descontos |  Foto: Artem Beliaikin | Unsplash

Quem tem itens no carrinho de compras em algum site pode, enfim, concretizar o desejo da aquisição ao acompanhar sites que compilam promoções e ofertas. "Corre que o desconto está bom". É a mensagem de convite em grupos destes sites nas redes sociais, na tentativa de mostrar aos usuários que determinado item está com um "preço imperdível". Segundo a psicologia, muitas pessoas encontram no ato de comprar o refúgio para momentos de tristeza, raiva ou angústia.

Na era digital, o prazer gerado pelo ato de comprar ganha uma nova dimensão com a proliferação de sites de promoções e descontos. Neste cenário de consumo em constante evolução, os consumidores buscam cada vez mais oportunidades de economizar sem abrir mão da qualidade e do conforto. A crescente popularidade dessas plataformas online revela uma mudança de paradigma nas práticas de consumo, onde a busca por ofertas vantajosas se torna uma parte fundamental da experiência de compra.

Por outro lado, enquanto os sites de promoções oferecem oportunidades tentadoras de economia, não estão isentos de riscos. A abundância de ofertas atrativas muitas vezes pode ocultar armadilhas econômicas e, ao invés de ajudar, pode resultar em complicações, o que aumenta a necessidade de vigilância e discernimento ao explorar as vastas opções oferecidas.

Ferramentas

Uma destas plataformas é o Promobit, que completa 10 anos de atuação neste mês de setembro. Após as mudanças, a plataforma conta atualmente com algumas ferramentas, a exemplo de segmentações, espaço para comentários dos próprios usuários, que também podem reagir às ofertas.

O site também oferece uma divisão na página inicial. Com auxílio de ferramentas e operação humana, os usuários podem navegar entre o que está sendo destaque, as ofertas recentes, o que está 'bombando' e as ofertas com o menor valor dos últimos meses.

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Foto: Reprodução Internet

Fabio Augusto Cavalcanti Faria, CEO da plataforma, conta que tudo começou quando percebeu a avó ligando para a mãe para compartilhar uma promoção. Na ocasião também ocorreu a Black Friday, que devido golpes, foi apelidada de 'black fraude'.

"Era uma data começando no país, mas sendo feita de forma errada. Na época, meu antigo sócio e eu vimos a oportunidade de promover aquela ideia inicial para as pessoas se ajudarem a comprar barato e desmascarar promoções 'metade do dobro'. Quando começamos a trabalhar, a gente nem sabia como ia monetizar, queríamos mais um canal para as pessoas trocarem informações e experiências. Com o passar do tempo, o mercado foi evoluindo, a gente conseguiu monetizar e começamos a rentabilizar e investir na plataforma".

Segundo ele, a plataforma tem três principais pilares: preço baixo de verdade, opiniões sinceras e segurança. O preço é atestado por meio de comparação com o histórico do valor dos produtos e as opiniões podem ser compartilhadas pelos próprios usuários.

"As ofertas passam por um sistema que garante serem seguras e reais e libera. Para dar mais agilidade para o consumidor ter acesso a ofertas a gente usa histórico de preços do Promobit e outras ferramentas", conta.

Atualmente, além do site, as ofertas são divulgadas também em aplicativo próprio e grupos no Telegram, e Whatsapp. Outro site que também conta com este método de divulgação é o Reduza, que surgiu há oito anos. Segundo o co-fundador e diretor da plataforma, Alessandro Fontes, o público é plural e formado por pessoas que faz várias pesquisas antes de decidir se compra ou não.

Comparação com preço e frete

"A gente ajuda os consumidores a encontrar oportunidades para comprar com melhor preço. Na época o desafio era encontrar cupom de desconto, sempre foi um desafio muito grande encontrar um que funcionasse aí nosso produto. De lá pra cá aprimoramos a ferramenta para que resolva outros problemas também".

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Foto: Reprodução Internet

O site surgiu após a experiência como vendedor e percepção que o público nem sempre conseguia encontrar promoções com facilidade. "Nós temos uma equipe de moderação que vê se a loja ou o site é confiável. Muitas vezes, mesmo sendo uma loja parceira, é vendido por terceiros. A gente faz esse trabalho para identificar boas oportunidades e segurança", explica Alessandro.

Ele pontua que o público acompanha períodos específicos e está cada vez mais atento. "Temos preocupação muito grande, pois vemos muita gente cair em golpes todos os dias. Na pandemia houve um aumento nas vendas virtuais". Além de promoções, o site oferece uma plataforma onde é possível verificar, com base em informações às vezes não acessáveis pelo público, se algum site é confiável ou não.

"A gente ajuda a tomar decisão de comprar para não cair em golpe. Muitas pessoas deixam de começar a comprar por medo de ser fraude. A gente está diferenciando o que é confiável do que não é", conta Alessandro, referindo-se ao portal Siteconfiável.com.br. Em um teste com o próprio Portal A TARDE, a plataforma atestou, por exemplo, que aparece em vários resultados no Google, tem selo SSL válido, possui segurança contra invasores e existe há 27 anos.

Ofertas em Salvador

Em Salvador, o público tem uma opção local que compartilha ofertas em mercados e lojas da cidade. O perfil no Instagram "Promoção de Hoje" iniciou as atividades em 2015 e rapidamente chegou a conquistar 240 mil seguidores, até ser derrubado.

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Foto: Reprodução Internet

Tudo começou com a ideia de um corretor de imóveis que decidiu trabalhar de forma autônoma, mas não sabia como conquistar seguidores para o seu negócio. Durante uma reunião com amigos, Charles Alvim revelou ter encontrado um queijo gorgonzola a um preço bacana e levou um puxão de orelha por não ter compartilhado.

"Achei que seria uma maneira de ajudar, naquela época a inflação estava muito alta. O negócio começou aí. Com seis meses, uma emissora de TV quis fazer uma reportagem, e aí foi um estouro, começou a crescer muito o número de seguidores", contou o administrador do perfil, que contou que entrou em contato com os estabelecimentos para que os próprios lhe enviassem as ofertas.

"Devido minha idade, não podia ir ao mercado todo dia na pandemia, parei de sair. Mas aí comecei a procurar os supermercados pra eles mandarem, expliquei que não poderia ir. O público já mandou mais ofertas, mas dei uma segurada por questões de segurança. Checava e algumas informações não eram verdadeiras. Penso muito pela confiança do perfil".

Ele chegou a acionar a rede social na justiça, obteve ganho de causa, mas o Instagram não conseguiu devolver o perfil, pois o nome de usuário já estava com outro proprietário. "Tem muita gente que agradece. Eu, na verdade, esperava mais. Criticar, criticam muito. Mas nos fixados tem muita gente agradecendo, elogiando o perfil".

Cautela

Se por um lado é legal acompanhar as promoções e economizar, por outro, é necessário atentar-se à linha tênue entre consumo e consumismo. Economista e Conselheiro do Corecon-Ba, Edval Landulfo alerta que toda compra é mais comportamental do que financeira e tudo vai depender de como se sente o comprador.

"Se observarmos, em 2020 e 2021, com a pandemia e o acertado fechamento do comércio, serviço, indústria em todo o Brasil. A internet, realmente, começou a influenciar ainda mais esse comportamento", explica Edval, que pontua a influência além da comodidade de compras online.

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Foto: Reprodução Internet

Ele pontua que, sabendo disso, empresas usam de ferramentas para mapear o comportamento do consumidor e direcionar campanhas de marketing e publicidade. "Vejamos algumas situações em que você navega pela internet e vai procurar um determinado livro sobre um determinado assunto. Durante o dia, você verá em qualquer site que você abra publicidade em relação a esse mesmo livro. A mesma coisa acontece se você for olhar uma poltrona, um rádio, um smartphone. E o consumidor ou a consumidora sem essa expertise, sem esse conhecimento, acaba sendo levado ao consumismo ao invés do consumo".

Sobre o uso de sites de promoções, Edval alerta para o risco de comprar além do necessário e acabar se endividando. "Eu atendo muitas pessoas que as maiores dívidas -e aí não vai de encontro aos dados oficiais, tanto da FGV, do próprio Serasa, do IBGE- são quando têm um cartão de crédito. E é geralmente nos sites de promoção, ao invés de comprar também no boleto as pessoas vão procurar facilidade em parcelar. E aí compram muito mais do que necessitavam".

Edval lembra que por trás das variações de preços, há fatores econômicos que impactam de forma significativa, entre eles, a inflação, especialmente o IPCA, a taxa Selic e a desvalorização do real, além da relação oferta-demanda.

"Precisamos urgentemente de uma boa educação financeira para que as pessoas aprendam a consumir apenas o necessário. Claro que desejo todos nós teremos ao longo do dia, mas temos que aprender a primeiro fazer o dinheiro e depois realizar os sonhos, os projetos, os desejos, para que não venha a ter uma dificuldade no planejamento das suas contas pessoais".

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