O Sindiquímica Bahia realiza mais uma ação de venda do GNV, Gás Natural Veicular, com preço reduzido com o objetivo de alertar a população, especialmente motoristas por aplicativo, taxistas e trabalhadores que prestam serviço de carreto, sobre possíveis prejuízos da privatização da Bahiagás, empresa estatal que faz a distribuição deste combustível para a indústria, postos e residências.
No dia 26 de setembro, terça-feira, entre 7h e 11h, o GNV será vendido por R$2,854 o metro cúbico no posto Sogás, na Avenida General Graça Lessa, Ogunjá.
O gás, cujo preço na bomba é, em média, R$ 4,14, terá uma redução de mais de R$1,20 por metro cúbico. Não há limite de combustível por veículo.
“A intensa procura por esse preço reduzido na primeira ação que realizamos no mês passado demonstrou como o valor do combustível impacta o bolso das famílias. Por isso, o Sindiquímica é contra a entrega da Bahiagás nas mãos da inciativa privada, cujo interesse apenas com o lucro pode fazer os preços aumentarem, tornando a vida dos trabalhadores ainda mais difícil”, alerta Alfredo Santos Jr., diretor do Sindiquímica e da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Bahia).
A ação no posto ocorre na véspera da Assembleia Legislativa da Bahia realizar a audiência pública “A Importância da Bahiagás para o desenvolvimento da Bahia”, que acontece dia 27 de setembro, às 14h, no Centro Administrativo, Paralela.
“Queremos convocar toda sociedade a participar desta audiência e expressar nossa preocupação com a privatização da maior distribuidora de gás natural do Nordeste e a segunda maior do Brasil, responsável por contribuir com o fortalecimento da indústria do estado”, completou Alfredo Santos.
A audiência pública será uma oportunidade para ouvir dos deputados estaduais da Bahia um posicionamento sobre a revogação da Lei Estadual nº 7.029 de 1997, que autoriza o Poder Executivo a promover a desestatização da Companhia que, em outras palavras, significa a venda da empresa pública para a iniciativa privada.
“A nossa mobilização é também para pressionar o governador Jerônimo Rodrigues a realizar o imediato distrato com o grupo Genial, contratado para realizar estudos sobre viabilidade da venda da empresa. Se o governo não tem interesse em privatizar, por que gastar dinheiro público com este estudo, quando sabemos que a Bahiagás é sustentável economicamente?”, questiona o diretor sindical.
“A Bahiagás atende hoje a rede residencial, restaurantes e hospitais, taxistas e motoristas de aplicativo, além das indústrias. O Polo Petroquímico de Camaçari não existe sem gás natural, que entra como matéria-prima, como combustível e como redutor siderúrgico. Além disso, atualmente a Bahiagás está investindo no maior gasoduto construído para uma concessionária de gás do país. Então, depois que já está tudo investido, não vale a pena privatizar”, criticou Apulcro Mota, funcionário da Bahiagás.
“A Bahia já ensinou ao Brasil de forma inequívoca como não se privatizar. A gente privatizou a Refinaria Landulpho Alves e foi esse desastre. A gente privatizou a Coelba e também foi um desastre. Agora, pensa em privatizar uma empresa enxuta, lucrativa, estratégica, sem nenhuma justificativa e na contramão do governo federal”, destacou Apulcro.
Para o Sindquímica Bahia e trabalhadores da Bahiagás privatizar a empresa é trair os baianos que nas últimas eleições aprovaram nas urnas, tanto na esfera estadual como federal, uma política de proteção ao patrimônio público e do controle do estado nos setores estratégicos como é o caso de gás e energia.
No dia 19 de setembro, Alfredo Santos Junior e Apulcro Mota participaram de uma Audiência na Câmara dos Deputados, em Brasília, para discutir as consequências negativas da privatização da Bahiagás pelo governo da Bahia.
Na oportunidade, deputados de diferentes partidos e estados do país manifestaram apoio à luta contra a venda da estatal e pelo fortalecimento do governo em setores estratégicos para o país, como é o caso da área de energia, gás e combustíveis.
“Vivemos uma contradição entre o que vem acontecendo no governo federal e o que está sendo encaminhado pelo governo da Bahia em relação à Bahiagás. Enquanto a gente debate aqui a alta dos preços dos combustíveis em função da privatização da refinaria Landulpho Alves, enquanto temos na Bahia a gasolina mais cara do país, temos o segundo GNV mais barato do país, justamente por ter a Bahiagás estatal. É um contrassenso”, disse Alfredo para os parlamentares.