A sala 3 do Cine Glauber Rocha, localizado na Praça Castro Alves, em Salvador, ficou pequena para as centenas de pessoas que compareceram, no domingo (15), para assistir a exibição do filme “Samba de Roda de Tubarão: 10 Anos de Continuidade”.
Com duração de cerca de 30 minutos, o filme, também em um formato de documentário, abordou a potência que o Samba do Subúrbio Ferroviário de Salvador tem para a história cultural da cidade, da Bahia e desse ritmo musical.
Ainda durante a apresentação, o público pôde prestigiar um repertório de músicas populares e autorais que reforçam a importância da preservação das tradições e a valorização das memórias ancestrais como continuidade do trabalho, da luta e das conquistas que eles e elas deixaram para a história do samba e do povo negro.
"A gente está trabalhando nesse projeto, que é um sonho de muitos anos, há três meses. E esse momento representa um marco na história do Samba de Roda de Tubarão e na história do samba de roda de Salvador e da Bahia porque estamos fazendo dez anos de missão numa comunidade do Subúrbio Ferroviário, comunidade essa que traz suas expressões e sua ancestralidade do recôncavo baiano, e, só em 2013 que a gente despertou para essa ancestralidade que é nossa", declarou a coordenadora geral e cantadeira, Natureza França.
Após a exibição, o público participou de uma roda de samba no Cine Glauber Rocha. Se uma das missões do filme foi fazer com que a comunidade local se sentisse representada, pode-se dizer que a missão foi concluída com sucesso.
"Eu fui nascida e criada em Tubarão. Cresci no samba. Agora, o meu neto também está participando. Eu achei o filme a coisa mais linda. Me senti representada nele", disse Wine Ferreira, 62 anos.
Comunidade bem representada
Ainda não se sabe se o filme será reexibido ou disponibilizado em alguma plataforma digital, mas os organizadores orientam que o público fique atento à página do Instagram @sambaderodadetubarao.
"Eu acho que o cinema veio para as pessoas se verem na tela e sentirem que sua história está sendo contada. Eu sempre gosto de colocar a população de Tubarão nos filmes para que as crianças vejam suas mães na tela, para que as crianças se vejam na tela, para que os mais velhos se vejam. O cinema é pra isso, é para gente se reconhecer nas histórias", pontuou Pólen Acácio, diretor audiovisual.