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Pegue a visão - 15/12/2025, 06:45 - Silvânia Nascimento

Saiba como escolher primeira escola para a criança

Guris têm que ser bem acolhidos

Escola infantil
Escola infantil |  Foto: Ilustrativa/Freepik

O primeiro contato da criança com o ambiente escolar é capaz de provocar nos pais e responsáveis um mistura de sensações e sentimentos que variam desde a felicidade por presenciar o filho iniciar um passo tão importante para seu desenvolvimento, até a insegurança sobre o processo de adaptação, cuidado e bem-estar.

Conforme orientações de profissionais de educação e psicologia, durante a busca pela primeira escola, o indicado é que os responsáveis tenham um olhar afetivo e consciente. Essa nova fase na vida da criança, que marca a transição do ambiente familiar para o mundo externo, pode impactar no comportamento da criança, por isso a escolha assertiva é considerada essencial, como esclareceu o psicólogo, neuropsicólogo, Doutor em Ciências da Educação, Alessandro Marimpietri.

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"Pensemos que a escola, logo depois da família, é umas das primeiras experiências comunitárias das crianças. Ela representa estar em sociedade, fazer parte de um grupo diverso e plural, aprender a conviver socialmente de forma ampla com pares e adultos. Por isso, esta experiência influencia de forma capital a maneira como essa criança se constrói como sujeito de um coletivo.

Questionado sobre de que forma o ambiente escolar acolhedor pode contribuir para o bem-estar da criança, Alessandro respondeu que, sem dúvidas, de maneira decisiva. "Uma criança pequena quando vai à escola pela primeira vez ainda precisa de cuidados muito efetivos, contando com proximidade, afetividade e transmitindo segurança. Nesse sentido, o ambiente acolhedor é capital por oferecer à criança uma matriz importante de aprendizado simbólico: um entendimento de que ela pode ser cuidada com segurança e afetividade por mais gente do que aquelas pessoas que compõem a família. Essa base segura e afetiva é o lastro estrutural por sobre onde toda e qualquer aprendizagem efetivamente acontece, sendo também o eixo central da autonomia", completou.

Alessandro Marimpietri é psicólogo, neuropsicólogo e doutor em Ciências da Educação
Alessandro Marimpietri é psicólogo, neuropsicólogo e doutor em Ciências da Educação | Foto: Divulgação

Na entrevista, ele também falou acerca dos sinais que podem ser observados pelos pais e responsáveis no momento dessa escolha, assim como os sinais que podem indicar que a escola tem o olhar afetivo e acolhedor.

'Primeiramente, uma escola de educação infantil do século XXI que não priorize o afeto como eixo central do seu ofício está distante de tudo que acumulamos como saber científico sobre essa fase do desenvolvimento e sobre o fazer pedagógico na educação infantil. O afeto nunca é condição suficiente, mas é sempre condição necessária. Ou seja, sem a afetividade temos quase nada, alertou o psicólogo em entrevista ao MASSA!.

Crianças atípicas

Sinara Andrade, 40 anos, mãe de Sophia Andrade, 5 anos, que Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), é uma das inúmeras pessoas que passam ou já passaram por dificuldades no momento de buscar escolas com o perfil de acolhimento. Por orientação da neurologista que acompanha Sophia desde a descoberta do TEA, Sinara precisou tirá-la da creche e colocá-la numa escola. “Na época, a médica disse que a escola proporcionaria mais interação e estímulo para Sophia. E realmente, senti uma diferença enorme no desenvolvimento de minha filha que, aos poucos, começou a falar nomes de colegas de turma e outras palavras”.

Escola em Pirajá é referência

Existente há 36 anos, a Escolinha Sossego da Mamãe, no bairro de Pirajá, em Salvador, é tida como referência quando o assunto é acolhimento. Segundo Mariete Lima, proprietária do espaço, pedagoga e pós-graduada em psicopedagogia, a escolha pelo nome da escola, assim como a estrutura física (que possui semelhanças a de uma casa) foram idealizadas justamente para que os alunos e familiares sintam esse sentimento.

"A gente quer que a família e a criança cheguem aqui e sintam-se acolhidas. Então eu sempre digo, a minha escola tem qualidade de ensino e qualidade familiar muito presentes. E hoje, nessa conjuntura que a gente vive, com as crianças atípicas, mais do que nunca precisamos acolher. A gente não acolhe só a criança, a gente também acolhe os pais porque os pais também precisam desse acolhimento", pontuou.

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