Os animais de estimação se tornam rapidamente “membros” das famílias, ganhando nomes e todos os cuidados necessários. Nos condomínios, são encontradas diferentes espécies, como cães, felinos, aves, além de outros que os tutores menos buscam, como peixes e répteis. Em uma pesquisa realizada em agosto pela uCondo, os cães são os animais mais encontrados em condomínios.
O levantamento foi realizado pela própria plataforma uCondo, que atua no sistema de gestão de condomínios, partindo das informações cadastradas, em que consta 23 mil pets no sistema, espalhados em mais de 3,5 mil condomínios no País. Dos 23 mil pets, 15.962 são cães, com 69,4%, e em seguida, os felinos e aves foram os mais encontrados, com respectivamente 27,5% e 1,69%. Coelhos, répteis e peixes estão abaixo de 1%, sendo menos encontrados nos condomínios.
Elias Bielaski, diretor de Estratégia Criativa da uCondo, diz que a plataforma atua desde a gestão financeira até o controle dos pets, e que é importante o cadastro dos animais para um maior monitoramento no condomínio. Segundo Elias, se um animal fugir, é mais fácil para localizar de acordo com as características que são fornecidas no cadastro.
“São os próprios moradores que conseguem fazer. Se eu moro num condomínio e eu tenho três pets, tenho dois gatos e um cachorro, por exemplo, eu vou lá e vou fazer o cadastro individual de cada um, consigo colocar o nome, colocar a raça, o porte, a cor, características e se ele tiver alguma técnica de identificação eu posso colocar também dentro do próprio aplicativo”, explica o diretor de Estratégia Criativa.
Danielle Lima, tutora da cadela, ressalta que os cães são mais vistos em condomínios do que outros pets. “Eu diria que os cães são os pets mais "visíveis" nos condomínios, mas conheço muitas pessoas que têm cães e gatos e outros somente com gatos, que de modo geral, por terem hábitos e necessidades diferentes, ficam restritos aos lares dos tutores”.
Tutora Café e Lilliput, Maria Lívia Pinto acredita que há uma preferência nas buscas de cães porque são mais afetuosos. “Sou tutora de dois cachorros SDR e eles são mais afetivos, carinhosos (na verdade, eles são dependentes emocionalmente). E também, antigamente, tinha-se a cultura do cão de guarda. Se bem que nos últimos anos, os gatos ganharam bastante espaço quanto a essa questão”.
Regras e reclamações
Outro dado que a pesquisa da uCondo traz é o número de reclamações por pets em condomínios, e m que foram registrados pela plataforma 1.095. Elias Bielaski fala que dentro da plataforma, são disponibilizadas opções para deixar avisos e reclamações, o que foi importante para o levantamento.
“A gente tem dentro do nosso aplicativo uma aba para documentos e pode cadastrar tudo que quiser lá. Então, posso cadastrar o regimento interno, a correção do condomínio, existem regimentos específicos para cada coisa, muitos condomínios, principalmente os maiores, eles têm rendimentos para animais, regimentos específicos para as áreas comuns, regimentos pro controle de acesso de pessoas”, conta Elias .
Danielle Lima enfatiza que pode haver diretrizes em alguns condomínios sobre os cuidados com os animais e formas de evitar reclamações, como é o caso de onde ela mora, no Campo Grande. Conforme explica Danielle, são estabelecidas algumas regras como cachorros e gatos só poderem sair para o playground e outras áreas com seus tutores e com coleiras. “Os tutores são ainda responsáveis por recolher as fezes dos seus pets e arcar com prejuízos que porventura os animais possam provocar na estrutura ou objetos do condomínio”.
A Pet Sitter (cuidadora de Pets) Sofia Cavalcante, tutora de Lucky, diz que sempre é solicitada por condôminos para cuidar de cães e gatos, mas alerta que eles precisam de um tempo para adaptação e assim, evitar reclamações por barulho causado pelo estranhamento. “Esses são os animais que mais cuido porque geralmente não demoram para se adaptar a um novo ambiente e estresse, como é o caso dos gatos. Sem contar que conseguem ficar sozinhos por mais tempo”.
A tutora Danielle Lima ainda cita formas de evitar constrangimentos e reclamações pelos seus pets, como andar com os pets sempre com coleira, levar o saquinho para recolher as fezes deles quando for passear. “Em alguns casos como aconteceu comigo, contratar um adestrador para trabalhar comportamentos específicos. Ah, e claro, manter a saúde do pet em dia para não causar problemas para as pessoas e outros pets”, finaliza.
*Sob a supervisão da editora Cassandra Barteló