De que forma retribuir e fazer o bem? E de que maneira ele pode impactar positivamente na vida das pessoas? Há uma variedade de respostas para os dois questionamentos. Seja em um ato de gentileza, empatia e solidariedade, o bem está nos pequenos detalhes do dia a dia.
Além de conforto, sorrisos e afeto, o bem desperta nas pessoas a esperança de dias melhores. Não é à toa que há quase três décadas o projeto ‘Fazer Bem Sem Olhar a Quem’ proporciona todos esses sentimentos a centenas de moradores do bairro de Massaranduba, na região da Cidade Baixa, em Salvador.
No domingo (14), mais de 100 mulheres participaram do tradicional café da manhã do Dia das Mães promovido pelo líder comunitário Jair Barbosa que, há 28 anos, mantém de pé o legado deixado por sua mãe.
A iniciativa surgiu, justamente, após ele receber da então Irmã Dulce gestos de bondade que resultaram na cura de uma parasita que havia desenvolvido na cabeça quando tinha 7 anos.
“Como forma de retribuir tudo que ela [Irmã Dulce] fez para o meu processo de cura, minha mãe passou a realizar ações sociais. Ela não está mais entre nós, mas antes de partir, pediu para que eu desse continuidade às ações e aqui estou”, contou Jair. Para a realização desse e outros eventos sociais, ele diz contar com parceiros e, acima de tudo, com a fé em Santa Dulce.
Comida, música ao vivo com direito a banda Brasilian Boys, dublagem de Ney Mato Grosso, brindes, presentes e muita diversão. Quem esteve presente no Café da Manhã com certeza teve motivos de sobra para sair com o coração pulsando de felicidade. Aliás, quem vai uma vez, se recusa a faltar nos anos seguintes. É o caso de Almerinda Nunes, 63, que desde a primeira edição marca presença no evento.
“Eu só tenho a pedir a Nossa Senhora para abençoar Jair com muita saúde porque isso que ele faz por nós é muito lindo. Ele faz muito pela gente e é tudo de coração”, disse Almerinda, emocionada.
A distribuição de sandálias foi um dos momentos mais marcantes do encontro. O gesto singelo, que para muitos parece ser irrelevante, carrega em si um significado que só Jair sabe a importância dele.
“Quando Irmã Dulce ia fazer o curativo na minha cabeça, ela também levava trigo e leite para eu me alimentar. E lembro como hoje ela vindo em minha direção. Sempre descalça, com um jeito simples e uma fé em inabalável em Deus. Por isso a ideia de ter as sandálias como um dos presentes aqui no evento”, lembrou Jair.
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