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Bela iniciativa - 28/09/2024, 06:55 - Vitória Sacramento*

Projeto capacita blocos afros para se manterem no mercado

Com duração de três meses, o curso será realizado em 12 módulos

Blocos afros embelezam o carnaval de Salvador
Blocos afros embelezam o carnaval de Salvador |  Foto: Alfredo Filho/Arquivo Secom PMS

Na última segunda-feira (23), teve início o projeto Acelera+ Blocos de Matrizes Africanas, que selecionou 40 entidades de Salvador para uma capacitação empreendedora voltada ao aprimoramento de suas estratégias de acesso e permanência no mercado. As aulas acontecem no prédio da Casa das Histórias, no Comércio, e visam fortalecer a atuação dos blocos para além do período carnavalesco.

O projeto é uma parceria entre a Agência do Trabalhador da Cultura, as secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), Cultura e Turismo (Secult), e o Sebrae/BA, e oferece capacitações em áreas de gestão de negócios, empreendedorismo, precificação, comunicação e marketing digital. O principal objetivo é alinhar a atuação cultural dessas entidades às demandas do mercado, gerando mais sustentabilidade e oportunidades de negócios para os blocos.

Com duração de três meses, o curso será realizado em 12 módulos, no formato híbrido, incluindo encontros presenciais semanais de três horas, além de sessões virtuais. A capacitação abrange ferramentas que buscam ajudar os blocos a diversificar suas fontes de renda e a fortalecer sua presença no mercado, permitindo que os grupos expandam sua atuação para além do Carnaval.

O Secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, ressaltou a importância do projeto para a valorização dos blocos afro-brasileiros. "Sabemos dos desafios de empreender, especialmente para os blocos de matrizes africanas, devido ao racismo institucional. Através dessa iniciativa, buscamos fornecer ferramentas de gestão, formalização e institucionalidade para que essas entidades possam ter uma participação mais robusta na economia cultural", afirmou Tourinho.

Além de impulsionar a profissionalização dos blocos, o Acelera+ também busca ampliar o reconhecimento das tradições afro-brasileiras. Maylla Pita, diretora de Cultura de Salvador, destacou que o projeto visa estimular novas estratégias de mercado para os blocos, indo além do Carnaval. "O projeto se posiciona nesse lugar de estimular os blocos a desenvolver estratégias de mercado e de manutenção para além do cenário do carnaval", pontuou.

A produtora cultural Franciane Simplício, do Afoxé Filhas de Gandhy, ficou animada com a oportunidade de aprender novas habilidades que permitam à instituição inovar e se tornar sustentável o ano inteiro. “A tecnologia será uma grande aliada nesse processo, e espero que possamos consolidar um espaço de formação para mulheres negras, buscando maior autonomia”, comentou.

Com as capacitações do Acelera+, os blocos esperam aprimorar suas atividades culturais e potencializar seus produtos. Jel Trinchão, produtora cultural e representante do Bloco Afro Palafitas, destacou que o projeto permitirá uma melhor captação de recursos, viabilizando oficinas culturais e o desenvolvimento de novos produtos para comercialização. "Pretendemos fazer um desfile mais bonito, e com nossos produtos para expor e comercializar, preservando o saber ancestral de matriz africana", concluiu.

*Sob supervisão da editora Kenna Martins

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