Um espetáculo a céu aberto marcou a tarde dessa quarta-feira (17) no monumento Cristo da Barra. Quem passou por lá foi agraciado com a apresentação do show “O Museu é a Rua”. Essa foi a primeira das três exibições do espetáculo que ainda devem acontecer.
Organizado pelo Grupo de Arte Popular A Pombagem, o evento teve como objetivo principal democratizar o acesso à arte e cultura por meio da ocupação de espaços públicos. A iniciativa faz parte do projeto Viva o Museu Popular e reúne teatro, música, dança, fotografia e educação patrimonial numa atividade ao ar livre.
Fabrício Brito, coordenador do projeto, explica que a proposta dessa atividade é mostrar que o museu não precisa ser um lugar físico, fixo ou específico.
“Queremos mostrar a beleza de um museu que substitui a coleção aprisionada em quatro paredes pelo patrimônio a céu aberto”, diz Fabrício. “O teatro de rua cria uma comunidade, gera um espaço de convivência, recupera a dimensão pública das ruas”, concluiu.
Além da apresentação de ontem, outras duas apresentações ainda acontecerão. No dia 31 de maio, no Monumento ao Dois de Julho (Campo Grande), e no dia 14 de junho, no Marco da Cidade (Porto da Barra). Esses lugares não foram escolhidos como palco à toa. Como explica Fabrício, “esses monumentos são contemplados pela Lei de Preservação do Patrimônio Cultural Municipal e, na nossa perspectiva museológica, onde há patrimônio por ter museu”.
A atividade contou com a presença de alunos do Colégio Estadual Nelson Mandela e do Colégio Estadual Dom Avelar Brandão Vilela. Mayara Monte, 15, aluna do 9º ano do Dom Avelar, destacou que a novidade foi massa para a turma. “A rotina da sala de aula chega a ser cansativo, então é legal e divertido participar de uma atividade assim”, disse.
Luís Cláudio, 16, do Nelson Mandela, é aluno do 1º ano do ensino médio e reconhece a importância do acesso aos espaços. “É bom porque tira a gente desse ciclo de estar sempre dentro da comunidade, leva a gente para conhecer outros lugares”, apontou.
Para o professor Éverton Neves, que leciona história no Dom Avelar, é uma oportunidade e tanto para os alunos. “A gente sabe que, da onde a gente vem, falta muita oportunidade. Apresentar arte para essas crianças, sendo que para muitos deles é a primeira vez que está participando de algo assim, é uma oportunidade única de enriquecer esses meninos”.