
A Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Semdec), lançou mais uma etapa do programa de capacitação profissional na linha do Treinar para Empregar, com foco no mercado varejista. A preparação ocorre na expectativa da chegada da Leroy Merlin, no Cabula, e da Ferreira Costa, no Vale dos Barris, que devem gerar 1,3 mil postos de trabalho.
Além do programa, a Prefeitura ainda prepara para o mês de junho um pacotão de ações para atrair novos investimentos e negócios para Salvador, com a desburocratização de processos e toda uma estrutura para o atendimento aos empresários. As ações estão inclusas no programa 'Invista Salvador'. A secretária de Desenvolvimento Econômico de Salvador, Mila Paes, falou sobre o Treinar para Empregar, que já atendeu mais de 20 mil pessoas em dois anos.
“É o caso do varejo, que terá muitas vagas com a abertura das grandes lojas. Além disso, esse setor puxa junto o segmento de logística, que a gente também vê crescer e no qual temos desenhado outra trilha para formar pessoas. Vamos lançar em breve também uma formação para a carreira náutica, de enorme potencial”, pontuou a secretária, que citou o exemplo de maior sucesso do programa, que é a capacitação em energia solar, com 70% das pessoas empregadas após o treinamento, e surgiu com a chegada do hospital Mater Dei.
“A gente se aproximou dos empresários do hospital para identificar quais eram as carreiras em que eles iriam empregar mais, e a gente montou a trilha Excelência em Saúde, direcionada para essa demanda. Tem sido um grande sucesso, porque saúde é um segmento que está crescendo muito e a gente sabia que, treinando as pessoas, elas teriam oportunidades, não só no próprio Mater Dei como em outros hospitais e clínicas”, explicou Mila Paes.
Sobre o Invista Salvador, a secretária afirmou que o programa será estabelecido com três pilares: um focado em atração de investimentos, divulgando, com base em dados e estudos econômicos, quais as áreas de maior potencial na cidade; outro focado na melhoria do ambiente de negócios, aplicando medidas de desburocratização de processos, seja de forma legislativa ou não, facilitando a vida de quem gera trabalho no município; e um terceiro que visa melhorar a experiência de quem investe, colocando técnicos para atenderem os empresários de forma personalizada.
“A ideia é apresentar essa Salvador de negócios, que muitas vezes passa despercebida. As pessoas estão acostumadas a ver Salvador como uma boa cidade para passear e curtir. Claro que isso também é negócio, e a gente contempla o Turismo e a Cultura dentro do Invista, mas aqui temos muitas outras possibilidades. É uma questão de posicionamento, de mostrar a capital baiana sob uma perspectiva diferente", afirmou.
Na última sexta-feira (19), o programa deu um passo importante com a criação do Comitê de Desburocratização, que reúne diversas secretarias municipais para implementar, dentro das pastas, mudanças de processos internos a fim de facilitar a vida de quem investe. “A gente já tem um grupo técnico que vem trabalhando há mais de um ano e meio traçando essas medidas de desburocratização. Nesta sexta, tivemos a criação oficial do Comitê por meio de decreto e, com isso, vamos transformar essas medidas em políticas públicas efetivas”, completou a secretária, que ainda falou sobre o CredSalvador.
“Foi o primeiro programa de microcrédito do município, implementado no período após a pandemia. Ele tinha um objetivo específico, que era o de salvar microempresas e microempreendedores individuais, dando a eles um recurso emergencial para que pudessem sobreviver àquele período. Foi um grande sucesso: tivemos mais de R$ 22 milhões aplicados diretamente nesses negócios e 7,6 mil microempresas e micronegócios foram alcançados pelo programa. Ele também teve um viés inclusivo, já que 88,63% dos negócios são liderados por negros e 53,69% dos valores destinados às mulheres", afirmou a secretária municipal.
“O segundo CredSalvador já está sendo desenhado e a gente vai publicar em breve o edital para a contratação de uma fintech, que é uma empresa de tecnologia que operacionaliza o programa. Essa segunda fase será mais madura. A ideia é que condicione o MEI e a ME que vai receber o empréstimo a estar participando de algum programa de capacitação ou de empreendedorismo do município. Outra coisa: ele também vai receber o recurso em duas etapas. O beneficiário vai ter que comprovar que aplicou a primeira metade do financiamento no seu negócio para que receba a segunda metade", completou.