Após investigações iniciais, a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) informou que uma das causas possíveis para o aparecimento de uma cratera no Terminal da Lapa seria uma “fuga de material do solo”. A fissura apareceu no subsolo da estação de ônibus, na segunda-feira (12), e provocou modificações no acesso dos passageiros nos pontos de embarque.
O arquiteto e urbanista Carl Von Hauenschild explica que uma fuga de material ocorre quando o solo é encharcado, e acaba sendo lavado pela água, e assim os minerais que dão sustentação ao solo se dispersam.
“A fuga de material, geralmente, ocorre em decorrência de vazamentos de tubos de drenagem, o que é normal de acontecer em época de muitas chuvas. Então, quando a água vaza, ela se infiltra no solo, fazendo-o perder resistência. Assim, as crateras se abrem”.
A fissura ocupa metade de uma das pistas do subsolo do terminal, onde ficavam os pontos de embarque de seis linhas de ônibus. Desde segunda-feira, os coletivos dessas linhas pararam de circular pelo local e foram remanejados temporariamente para plataformas no andar térreo da estação.
As linhas que tiveram seus pontos de embarque alterados foram 0136 – LB1 Lapa x Chame Chame; 0137 – LB2 Lapa x Barra Avenida; e 0903 – Lapa x Boca do Rio, que originalmente ficam na plataforma F, foram remanejadas para a plataforma A, no térreo. Já as linhas 0138 – Lapa x Garibaldi / Ondina; 0138-01 – Lapa x Vale do Canela; 0140 – Lapa x Rio Vermelho (Cardeal da Silva); e 0140-01 – Lapa x Federação / HGE foram transferidas para a plataforma C, também no térreo.
Segundo a Semob, os agentes representantes das concessionárias de ônibus e funcionários da estação estão circulando pelo terminal a fim de informar a população sobre as mudanças ocorridas. A Semob também afirmou que foram instalados banners na saída do metrô avisando onde as linhas foram alocadas, assim como sinalização para indicar o local correto de parada das linhas.
Investigação
“Eu já sabia da mudança das estações de embarque, mas eu não sabia em que lugar o ônibus iria estar. Quando eu cheguei na Lapa havia uma funcionária avisando os locais, mas ainda assim ficou um pouco confuso”, disse a estudante Eliomara Silva.
Usuária de uma das linhas de ônibus remanejadas, ela contou que notou outras pessoas com a mesma dificuldade.
De acordo com Carl Von Hauenschild, existem algumas maneiras de se resolver o problema.
“Primeiro é preciso ter um diagnóstico preciso da causa da cratera. Após isso, geralmente, é feito um teste de concreto e de compactação do subsolo, e em seguida, é realizada a identificação de onde passa a água da chuva e onde estão localizados os tubos de drenagem”, afirma.
A partir dessas análises é possível identificar se houve algum rompimento de canos e averiguar se as caixas de drenagem estão funcionando corretamente.
No entanto, a Semob informou que ainda não sabe o que causou a fuga de material e ainda aguarda a avaliação técnica que vem sendo realizada no local. Questionados sobre a conclusão da obra e normalização do serviço na estação, a secretaria comunicou que ainda não há um prazo para o retorno à normalidade.
*Sob a supervisão da jornalista Hilcélia Falcão