Quem olhar às mulheres integrantes da Polícia Militar da Bahia, talvez, nem imagine o que elas precisaram passar para começar a ocupar esse espaço. E, por mais inacreditável que pareça, nessa instituição, existente há 199 anos, os rostos femininos só começaram a ser vistos a partir de 1990.
Depois de muita luta e resistência, o cenário começou a mudar e, graças a força e persistência delas, o número de mulheres na corporação tem crescido. Ontem, em homenagem a elas, a PM lançou, durante uma cerimônia, o livro “30 anos da Mulher na Polícia Militar da Bahia”, que aborda o processo da inserção, conquistas e desafios da categoria.
A sargento Nivia Bonfim Queiroz foi uma das autoras do livro, ela, que ingressou na instituição em 1999 como soldado, continua escrevendo uma história inspiradora e exemplar na corporação. Não à toa que ela foi a primeira mulher do Esquadrão de Polícia Montada de Feira de Santana, unidade onde é lotada, a realizar o curso de tropa montada da cavalaria de FSA.
"É um curso que poucas mulheres realizaram, até porque, é um universo masculinizado, mas que a gente vem, ao longo do tempo, marcando nossa presença, nossa resistência, nosso terreno. Acreditando que, esse também, é um lugar da mulher. Defendendo também essa ideia", contou a Pfem, que, além de PM, é mãe de dois adolescentes, licenciada em História, Pedagogia, Mestre e Doutora em Educação.
A capitã Ivone Meira, que também participou da produção do livro, já integrou o quadro de praças da PMBA. Entrou como soldado em 1991 e, de forma gradativa, foi promovida a cabo, sargento e, por último, subtenente. Persistente, ela, que já sonhava em ser uma oficial da PM, foi aprovada no Curso de Formação de Oficiais Auxiliares (CFOA).
Começou como aluna-a-oficial, seguindo para aspirante a oficial e, posteriormente, promovida a tenente. Hoje, ela já ocupa a segunda patente (capitã) do quadro de oficialato e, em breve, será mais uma mulher com o título de major. "Foi uma caminhada de muito sacrifício, mas penso que mais do que isso, são as conquistas, as vitórias que a gente tem, e a inspiração que somos para outras mulheres", disse Ivone ao ser questionada sobre o processo até se tornar oficial.