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Ataques - 26/02/2024, 11:43 - Silvânia Nascimento

Pessoas com deficiência na luta diária pelo direito à liberdade

Cacai Bauer, primeira influenciadora digital com down, é uma das milhares de pessoas com deficiência que sofrem ataques

Cacai Bauer durante o carnaval
Cacai Bauer durante o carnaval |  Foto: Acervo familiar

É comum encontrarmos pessoas defendendo os direitos alheios, sobretudo, de públicos que, de fato, são assegurados pela lei. Mas será que na prática fazem uso dessa empatia?

Um exemplo que comprova que palavras e atitudes nem sempre andam juntas, foi o que aconteceu recentemente com Cacai Bauer, primeira influenciadora digital com síndrome de Down, que foi atacada por inúmeros comentários negativos nas redes sociais após postar vídeos temáticos sobre o Carnaval.

Imagem ilustrativa da imagem Pessoas com deficiência na luta diária pelo direito à liberdade
Foto: Acervo familiar

Infelizmente, Cacai não é a primeira e nem será a última Pessoa Portadora de Deficiência (PCD) a passar por isso. Afinal, o problema não está e nunca esteve nos PCDs, mas, no preconceito, na ignorância e na falta de empatia daqueles que acham que esse público não tem direito a diversão, lazer e tantas outras opções que podem ser inseridas na rotina deles.

Autonomia, liberdade, direito e muito mais! Os PCDs podem, sim, viver de forma leve e fazendo o que gostam. E Cacai tem consciência disso!. Em entrevista ao Massa!, ela falou sobre diversão, rotina e, claro, sobre os ataques. "Eu amo demais o carnaval. Fui esse ano e em outros também. Gosto de dançar, curtir a folia, e, agora que estou solteira, beijar na boca. Mas os haters me deixam triste porque eles ofendem", disse Cacai.

Além de precisar lidar com as críticas pelas idas a locais como festas, pessoas na condição de Cacai também sofrem quando se trata de assentos e filas preferenciais. A falta de consciência e respeito por parte de uma galera causam danos emocionais ao PCDs e aos seus responsáveis.

"Os comentários ainda são pesados e precisam ser combatidos. Percebemos que a maioria dos haters são crianças e adolescentes. É um trabalho de consciência. No nosso carro, por exemplo, tem a credencial de vaga preferencial, mas frequentemente somos questionados, como se não tivesses direito aquela vaga", explicou Janaina Baur, mãe de Cacai.

Direito de escolha

Embora a Lei nº 10.098/2000 e o Decreto nº 5.296/2004 garanta o acesso de pessoas com deficiência a diversos espaços, incluindo transportes públicos, estabelecendo a reserva de vagas e assentos preferenciais, é importante reconhecer que o respeito à autonomia das pessoas com deficiência é fundamental.

Sendo assim, nem todas as situações exigem o uso desses direitos adquiridos, e cabe a cada indivíduo decidir conforme sua vontade e necessidade. Como foi o caso de Cacai Bauer, que ama marcar presença no carnaval, sem a obrigatoriedade de fazer uso de um assento preferencial em um evento. E isso também precisa ser respeitado!

"A faculdade da pessoa com deficiência em exercer o seu direito a utilização de assentos preferenciais é um direito fundamental que visa garantir a acessibilidade e a inclusão desse grupo na sociedade”, ninguém é obrigada da nada, a não ser em virtude de lei, inclusive a pessoa com deficiência", destacou a advogada Letícia Lefevre.

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