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Vá devagar! - 30/11/2022, 07:39 - Maria Laura S. de Souza*

Pesquisa internacional avalia os perigos do trânsito de Salvador

Ação da Universidade Johns Hopkins (EUA) analisa comportamento dos condutores com o objetivo de evitar acidentes

Uma pesquisa internacional sobre o trânsito de Salvador está sendo realizada na capital. No último sábado (26), o estudo avançou para a quarta etapa. A ação é realizada pela Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos (EUA), em parceria com a Universidade Federal do Ceará. O objetivo é analisar a dinâmica do trânsito e o comportamento dos condutores em Salvador, além de estudar a velocidade dos veículos com o intuito de evitar acidentes.

A iniciativa integra as ações de apoio da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global, em parceria com a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador). A nova etapa da pesquisa pode durar até o mês de dezembro.

Ao longo da 4º fase, 20 pesquisadores irão colher informações sobre a velocidade do tráfego nas vias da cidade. A pesquisa não fiscaliza possíveis infrações ou gera notificações. Ao longo do estudo, a Bloomberg em parceria com a Secretaria de Comunicação e a Transalvador, realizou campanhas de conscientização alertando as pessoas os riscos da alta velocidade.

Fernando Coelho, coordenador da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária em Salvador, explica que as fases anteriores da pesquisa já mostram os resultados das campanhas. Na primeira etapa, 13,1% dos veículos excederam a velocidade permitida. Já na segunda, 9,7%, e na terceira 8,6%. Houve uma melhora de 4,5 pontos percentuais em relação à primeira pesquisa e de 1,1 pontos percentuais em relação à segunda pesquisa.

Aspas

Quando tem uma via de 70km/h ou 80km/h, normalmente os sinistros provocam acidentes com gravidade alta ou fatalidade, porque o impacto é muito alto.

Fernando Coelho, coordenador da Iniciativa Bloomberg de Segurança

Para os motociclistas, que representam cerca de 45% das mortes no trânsito, e 60% dos feridos, os que excederam a velocidade permitida foi de 23,8% na primeira fase, 19,9% na segunda e 18,1% na terceira. Houve uma melhora de 5,7 pontos percentuais em relação à primeira pesquisa e de 1,8 pontos percentuais em relação à segunda pesquisa.

Segundo Fernando, um dos maiores problemas de sinistros no trânsito é a velocidade. “Quanto maior a velocidade, maior a gravidade. Quando tem uma via de 70km/h ou 80km/h, normalmente os sinistros provocam acidentes com gravidade alta ou fatalidade, porque o impacto é muito alto”, explica. De acordo com as pesquisas, em um atropelamento a 60km/h, a chance de sobrevivência é de apenas 2%.

Um dos pontos de evolução da pesquisa é a readequação de velocidade permitida nas vias. Várias delas já foram modificadas em Salvador. A velocidade permitida na Av. Milton Santos, por exemplo, caiu de 60km/h para 40km/h, o que reduziu em 31% as vítimas fatais e feridas. “Em todas as readequações, o resultado tem sido em torno de 30% a média. Significa que a gente vem salvando vidas quando adequa a velocidade pra uma mais segura, a gente se próxima a uma velocidade que perdoa o erro humano”, diz Fernando.

Sem vias mais lentas

O coordenador fala ainda sobre o mito de que as vias podem ficar mais lentas com a readequação da velocidade. Segundo ele, não é possível desenvolver uma velocidade tão acima da permitida a ponto de ter um tempo de vantagem. “Tem experiências em São Paulo, houve redução de velocidade e no final das contas o trânsito ficou mais regular e não houve perda de tempo no deslocamento de um ponto ao outro” relata.

Os pesquisadores percorrerão oito bairros medindo a velocidade dos veículos que trafegam nesses locais. Eles não vão anotar placas de veículos, e nem abordar o cidadão. Todos os pesquisadores estarão devidamente identificados com camisetas da UFC. Para medir a velocidade eles usarão um medidor portátil. O equipamento será usado apenas para aferir a velocidade, o que significa que estes dados não são usados para gerar notificações.

*Sob a supervisão do editor Rafael Tiago Nunes

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