
Movido pela força da arte e da educação, o Olodum lançou oficialmente, na manhã de ontem, o projeto “Manifesto Revoltas Negras e a Educação Interétnica Olodum”. O evento aconteceu na Casa do Olodum, no Pelourinho, em Salvador, e integra o programa Música e Educação: Paisagem Sonora. A iniciativa é realizada em parceria com o Ministério da Educação (MEC/SECADI), a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e a Escola Olodum.
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O projeto oferece oficinas gratuitas de percussão samba-reggae, dança afro e confecção de máscaras africanas para jovens de 6 a 29 anos. A proposta integra a iniciativa “África Viva”, que homenageia o Dia da África (25 de maio), e também inclui um curso de formação continuada para educadores, com carga horária de 60 horas, previsto para iniciar no final de julho.
Segundo Mara Felipe, conselheira pedagógica do Olodum, a proposta é uma continuidade do trabalho que a instituição desenvolve desde 1983. “O Olodum sempre promoveu a formação de crianças, jovens e educadores com materiais didáticos próprios. Agora, estamos trazendo as revoltas negras para o ambiente escolar de maneira lúdica e criativa, por meio de histórias em quadrinhos, cartilhas e oficinas”, explicou.
A formação abordará marcos históricos como o Quilombo dos Palmares, a Revolta dos Malês, a Conjuração Baiana e a Revolta da Chibata. O conteúdo está alinhado à Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.
De acordo com Jorge Ricardo Silva Rodrigues, presidente executivo do Grupo Olodum, o objetivo é fortalecer a construção de uma identidade racial e interétnica entre os participantes. “Queremos celebrar nossa ancestralidade e ensinar às novas gerações a importância da cultura africana na construção da nossa sociedade. O Olodum sempre defendeu a igualdade, o respeito e a paz, e esse projeto amplia essa missão”, afirmou.
Além das atividades formativas, o Olodum também realiza neste domingo (25), a partir das 14h, um ensaio especial da sua banda, em homenagem ao Dia da África, na Praça das Artes, em frente à Casa do Olodum.
Para jovens como Lorena Roberta, de 21 anos, aluna da Escola Olodum anos, o projeto representa uma verdadeira transformação de vida. “Aqui eu aprendi sobre minhas raízes, ganhei autoestima e descobri que posso ocupar os espaços que antes achava não pertencer. É uma mudança de mentalidade e de perspectiva”, contou emocionada.
Para jovens como Lorena Roberta, de 21 anos, aluna da Escola Olodum há dois anos, o projeto representa uma verdadeira transformação de vida. “Aqui eu aprendi sobre minhas raízes, ganhei autoestima e descobri que posso ocupar os espaços que antes achava não pertencer. É uma mudança de mentalidade e de perspectiva”, contou emocionada.
A proposta do Projeto África Viva é justamente fortalecer esse tipo de transformação, especialmente entre crianças, adolescentes e jovens que já participaram das atividades de verão da Escola Olodum e realizaram a pré-matrícula para as ações regulares da instituição. Ao proporcionar uma continuidade educativa e cultural, o projeto busca manter o vínculo com esse público, incentivando sua permanência nos processos formativos e estimulando o desenvolvimento de trajetórias afrocentradas baseadas no pertencimento, na valorização identitária e no protagonismo juvenil.