O mais novo videogame da Nintendo, o Switch 2, foi anunciado pela empresa na semana passada e gerou um burburinho entre os fãs da casa do famoso Mario Bros. O preço do novo console ainda não foi divulgado, mas rumores adiantam que será por volta de U$S 350, preço salgado para o bolso dos gamers, principalmente os brasileiros.
Confira o anúncio do Nintendo Switch 2:
Pensando nisso, o Portal MASSA! foi atrás de fissurados em videogames e economistas para entender as estratégias usadas para comprar produtos tão caros assim que são lançados.
Por que é tão caro?
Quem gosta de videogames no Brasil precisa enfrentar uma combinação de fatores que encarece estes produtos. O economista e vice-presidente do Corecon-Ba Edval Landulfo explica que o imposto alto é um dos principais motivos para os preços exorbitantes.
O Brasil é um dos países que tem um imposto alto sobre produtos, ainda mais quando são importados de outros países. Além do ICMS, do PIS, COFINS, há o próprio imposto de importação. Então, é um produto que aumenta 5 a 60% do valor com impostos.
Edval Landulfo, economista
Além disso, ele relata que a alta demanda de minério de ferro no mundo durante a pandemia causou uma escassez de chips, que também impactou na produção e no valor destes produtos.
Outro ponto importante é a flutuação do preço do dólar: "Quando você tem uma cotação que estava em 5 reais há dois meses e hoje você tem em 6, esses videogames vão impactar no bolso do consumidor", explica o economista.
Loucura de fã
Thiago Silva é designer gráfico e conta que já fez algumas loucuras para conseguir um console no lançamento. Fã da Nintendo, ele diz que deixou de lado coisas essenciais para ter a primeira versão do Switch em 2017, ano em que foi lançado no exterior.
"Tive que abdicar de algumas coisas naquele momento. Do que deveria ter prioridade, mas que na minha angústia, deixou de ter. Faz parte", revela.
Portátil e de mesa ao mesmo tempo, o console da Nintendo só chegou ao Brasil oficialmente em 2020. Por isso, Thiago precisou recorrer a contatos fora do país para tê-lo em mãos. "Tive a sorte de ter um parente que fez uma viagem de turismo para a Europa e conseguiu trazer para mim depois que mandei dinheiro", conta.
O designer disse ter pagado por volta de R$ 2.500 na ocasião. A importação por meio de terceiros e o baixo valor do dólar (estava a R$ 3,17 na época) facilitaram a compra do console, que custava US$ 299 no exterior quando foi lançado.
Estratégias de compra
Mesmo com sacrifícios, Thiago explica que costuma fazer uma poupança para juntar essa grana. "Normalmente eu faço uma economia prévia. Costumo guardar o dinheiro. Aí junto e deixo ele separado. Se for suficiente, ótimo. Se não for, infelizmente, tenho que esperar um pouquinho mais".
Para Edval Landulfo, a melhor estratégia para quem deseja comprar consoles no lançamento é montar um plano que não comprometa o que é essencial. "Seu planejamento financeiro não pode ultrapassar limites para não ter um endividamento", aconselha.
Além disso, vender consoles antigos pode ser uma boa pedida para quem não cultiva o ofício de colecionar. Assim como há a opção de pagar parcelado com ou sem entrada. Edval também ressalta a importância de uma boa saúde financeira para evitar problemas em outras áreas da vida.
Quando a renda é comprometida, produtos e serviços básicos deixam de ser pagos ou se entra no endividamento, há uma complicação maior porque gera um stress financeiro que acarreta em várias doenças, principalmente as mentais.
Edval Landulfo, economista
Jogos também pesam no bolso
Comprar um console é apenas a primeira etapa antes da diversão. Os gamers também precisam arcar com os custos dos jogos, que sofrem com valores exorbitantes. Thiago conta que não costuma adquirir muitos na época do lançamento.
"Eu raramente compro ele com muitos jogos, no máximo um, e vou aos poucos adquirindo mais", comenta. Quando comprou o Switch, The Legend of Zelda: Breath of The Wild foi seu único game por um bom tempo.
Um dos jogos mais aguardados dos últimos tempos, GTA VI tem preocupado os fãs da franquia da Rockstar Games. De acordo com um analista da indústria dos games, a nova versão do clássico, que tem lançamento previsto para o fim de 2025, deve custar inicialmente US$ 99 (por volta de R$ 604,92) lá fora. Para se ter uma ideia, o valor é mais alto que uma cesta básica em Salvador, que atualmente custa R$ 583,89.
Confira o trailer de Grand Theft Auto VI:
Os custos altíssimos podem abrir brechas para formas alternativas de acesso. O designer gráfico se mostra favorável a esses meios quando o consumidor não consegue arcar com tamanha despesa.
Jogo eu considero como se também fosse cultura. E eu acho importante as pessoas terem essa cultura, então quando as pessoas não tem muitas condições, a pirataria se torna uma forma de acesso a esses produtos culturais
Thiago Silva, designer gráfico
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